Recentemente, a Netflix promoveu mais um evento no Brasil, desta vez para o lançamento do filme The Electric State. Alguns influenciadores conseguiram seus cinco minutos de fama ao interagir com a atriz Millie Bobby Brown, e, mais uma vez, a internet se questiona: influenciadores deveriam ou não desempenhar esse papel? E eu pergunto a vocês: fomos longe demais?
Essa onda de influenciadores digitais e criadores de conteúdo entrevistando celebridades, principalmente astros de filmes americanos, não é novidade. No entanto, toda vez que acontece, a internet para por um momento para dar sua opinião — algumas vezes, de maneira excessivamente crítica.
O caso mais recente envolve alguns dos conteúdos produzidos com Millie Bobby Brown, que veio ao Brasil para o evento de lançamento de The Electric State, nova produção da Netflix em que protagoniza. Enquanto parte da internet se dedicou a criticar os influenciadores, outra parcela se dispôs a comentar sobre o, digamos, “carisma negativo” da atriz diante de alguns desses criadores de conteúdo.

Alguns influenciadores também se manifestaram sobre isso nas redes sociais, principalmente destacando que não se deve aceitar um projeto para o qual não se está preparado. Concordo com essa opinião, mas faço algumas ressalvas. Falando de um ponto muito pessoal, ainda não sou formada, mas, se surgisse uma oportunidade de criar conteúdo para minhas redes sociais entrevistando uma celebridade, eu aceitaria. No entanto, não aceitaria de imediato; antes, avaliaria se conseguiria produzir um conteúdo alinhado ao que já faço, se se encaixaria na proposta dos meus materiais e, principalmente, se eu teria condições de conduzir a situação, mesmo que não fosse uma entrevista formal.
O ponto principal que quero destacar aqui, no entanto, não é apenas esse, mas o fato de que muitas pessoas anônimas atacam influenciadores que, na maioria das vezes, sequer têm culpa. Esses criadores de conteúdo estão, obviamente, pensando no retorno de engajamento que essa exposição pode gerar — e isso é compreensível, já que, para os influenciadores, aquilo é trabalho e fonte de renda. O que realmente deveríamos fazer é reclamar com as marcas que promovem ou patrocinam esses eventos, em vez de jogar toda a culpa no colo de quem está apenas buscando seu (justo) engajamento.
Uma última dica que eu poderia dar — e posso até citar nomes — é a seguinte: eu não consumo o conteúdo do Bomtalvão, independentemente de quem ele entreviste (inclusive, ele foi um dos que gravou conteúdo com Millie). Mas simplesmente não me darei ao trabalho de reclamar sobre isso nas minhas redes e muito menos nas dele. Se não gosto, não consumo.
E, para finalizar, respondo à pergunta: sim, acho que fomos — e continuamos indo — longe demais!