Nascido e criado no interior de São Paulo, na cidade de Tupã, Vinícius Panhossi iniciou sua carreira social desde cedo, aos onze anos de idade, ao ingressar ao Parlamento Jovem de Tupã, como Vereador Mirim, programa desenvolvido pela Câmara Municipal de Tupã, com intuito de introduzir a juventude à política municipal, estadual e nacional e a voltar seus pensamentos aos problemas sociais.
Em 2015, já aos quinze anos de idade, reelegeu-se como primeiro secretário da mesa diretiva do Parlamento Jovem, tendo apresentado projetos como a Residência Terapêutica, em busca da reintegração social das pessoas com deficiência mental junto à sociedade, além de demais projetos em prol da sociedade tupâense.
No mesmo ano ingressou no Interact Club de Tupã, clube mais antigo da juventude brasileira do Rotary Club do Brasil, sendo logo em seguida eleito presidente. Neste período, manteve de forma concomitante o voluntariado junto à população mais vulnerável em diversas atuações sociais, com grande impacto nos diversos setores da sociedade.
Posteriormente, no ano de 2017 foi eleito de forma unânime como Representante Distrital de Interact, representando o Distrito 4510, responsável por vinte e seis cidades da região, todas desenvolvendo trabalhos sociais em prol de suas respectivas comunidades e na formação de novos líderes.
Simplificando, os Interact Clubs são clubes patrocinados pelo Rotary Internacional que visam ajudar a sociedade de uma forma simples, com campanhas, doações, visitas a creches e hospitais, entre outras muitas ações para cuidar do meio-ambiente e promover o bem-estar da população mais carente, presente hoje em mais de cento e noventa países.
Após concluir o ensino médio, ingressou de imediato no curso de direito na Universidade Estadual Paulista, a UNESP, tendo sido presidente do Centro Acadêmico de Direito “Professor André Franco Montoro” e Representante Discente da Graduação em Direito, onde pôde continuar sua atuação comunitária em prol da comunidade discente.
Desde o início mergulhou no Direito Previdenciário, em defesa dos mais necessitados, daqueles que careciam de seus benefícios, seja pela falta de oportunidade no mercado de trabalho, seja pela incapacidade de permanecer no labor padecendo de alguma doença, limitação ou idade avançada.
Por cerca de cinco anos o Direito Previdenciário, âmbito tão peculiar e delicado, alcançou um coração já tão atingido, colecionando histórias de vida e ensinamentos que nunca irão se afastar deste profissional, e que se fez parte fundamental para sua formação.
Em 2023 assumido o cargo de Gestor dentro de escritórios de advocacia, houve a abertura para que o conhecimento adquirido fosse propagado, levando a oportunidade de disseminar conhecimento por todo o estado, ministrando cursos e mentorias sobre gestão, métodos de organização, processos e procedimentos, que apesar que sobrepor, por muitas vezes, o descanso recomendado, dilatava a altivez profissional e humana.
Considerando toda a bagagem envolta por esse que vos escreve, não poderia fugir do âmbito social, que me move, e diante disso, busco uma nova vertente, e vislumbro essa vertente a partir do momento em que me houve a contemplação em expor um dos meus estudos no 21º Congresso Nacional do Trabalho e Processual do Trabalho, onde, principalmente em período pós pandêmico, iniciou-se um estudo sobre a mitigação dos direitos dos trabalhadores.
O pleno acesso a direitos já conquistados historicamente encontra barreiras de efetivação, pautadas na desigualdade econômica, social, étnica racial, de gênero, sexualidade e até mesmo regional, e todos estes foram evidenciados pela crise sanitária, e não surpreendentemente depara-se com um cenário crescente do desemprego, da informalidade, e da restrição de direitos.
Tal restrição justificada pelo Estado através da busca da elevação econômica, que nada mais é do que o avanço do capital sob a classe trabalhadora, manifesta a corrente latente e até mesmo pré-pandêmica da transformação do Estado Social de Direitos para uma mínima intervenção estatal pautada no liberalismo, ou mesmo no neoliberalismo, deixando nas mãos do mercado, ou seja, dos detentores do capital, a flexibilização de direitos humanos essenciais.
O quadro inaugurado pela pandemia torna expressivo o aumento sistemático do trabalho informal, desprotegido, segundo o qual aprofunda características históricas do mercado de trabalho brasileiro que nunca universalizou o trabalho assalariado e os seus direitos conquistados, deixando nítido, assim, a matriz escravocrata, patrimonialista e dependente do capitalismo brasileiro, tendo em vista as particularidades das categorias de classe social, raça/etnia, gênero e sexualidade.
Esta coluna, bem como este que vos escreve não busca ser nenhum revolucionário, mas sim garantir o acesso à informação para que se garanta o mínimo existencial, para que se afaste a matriz escravocrata brasileira que tanto velada é dentro das relações de trabalho, ou mesmo de falsas parcerias. Busca-se, por fim, desmascarar as relações onde se nega o vínculo empregatício quando ele ali está, e evidenciar os direitos básicos de cada trabalhador.