Ele cuida de animais que ninguém quer. Conheça o homem que dedica a vida para resgatar cães idosos.
Um cidadão de Denver, a capital do Colorado (estado na região central dos EUA), dedica a vida, ou parte dela, para resgatar cães e outros animais idosos, que ninguém mais quer. Steve Greig vive em uma casa térrea com nove cachorros, além de patos, perus, galinhas e até um porco.
Tudo começou quando este homem de 55 anos perdeu o seu cachorro de estimação, que o acompanhou por muitos anos – era um pinscher miniatura que viveu 12 anos. Depois de alguns meses de luto, ele resolveu transformar a dor que sentia em algo útil para os animais que ninguém mais quer.
A história de Greig
Depois de refletir por um tempo, Greig percebeu que a melhor maneira de superar a separação seria ter experiências que provavelmente não aconteceriam sem um animal de estimação ao lado. Foi assim que este homem começou uma verdadeira coleção de bichos rejeitados pelas outras pessoas.
As adoções tiveram início em 2013, algum tempo depois que Wolfgang foi atropelado quase em frente à casa em que eles moravam. Greig transformou a dor em estímulo e esta foi a forma que encontrou para superar a perda.
Greig procurou um centro de resgate e adoção e escolheu um cachorro já idoso, talvez o menos atraente entre os “menos adotáveis”. Ele encontrou um peludo da raça chihuahua velhinho e com sérios problemas de saúde.
O cãozinho já tinha 12 anos e sofria com um sopro no coração – o barulho que o sangue faz ao passar por uma válvula cardíaca muito estreita. Além disso, ele tinha problemas com artrite nos joelhos e cotovelos.
O chihuahua, que passou a ser chamado de Eeyore, foi apenas o começo. Greig gostou da ideia da adoção e passou a procurar novos companheiros entre aqueles com menos chances de encontrar um lar, aqueles que quase sempre são esquecidos e desprezados.
A família foi aumentando e, quando Greig se deu conta, ele já era o orgulhoso pai de dez cachorros idosos, além de um coelho, dois patos, quatro galinhas, um porco de 50 kg e um simpático peru.
Aliás, Tofu – este é o nome do peru – faz muito sucesso na vizinhança. Ele gosta de ouvir músicas de Madonna e, muito curioso, está sempre socializando no jardim da casa. No último Halloween, Tofu ficou entusiasmado com as visitas das crianças, querendo travessuras ou ameaçando com travessuras.
O porco foi salvo de se transformar em um banquete. Ele recebeu o nome de Bikini, talvez por ser muito “explosivo” (o atol de Bikini, no oceano Pacífico, foi palco de explosões experimentais de bombas atômicas nos anos 1950 e 1960 – e acabou batizando o traje feminino de banho).
Eeyore morreu há pouco mais de um ano, quando tinha quase 20 anos de idade. Greig costuma descrevê-lo com rabugento e mal-humorado; talvez, por isso mesmo, Eeyore tenha sido um cachorro apaixonante. O nome é o de um dos personagens da turma do ursinho Pooh, o burrinho azul, que no Brasil recebeu o nome de Bisonho (ou Ió).
A gangue nas redes sociais
Greig narra as histórias de Eeyore, Bikini, Tofu e dos demais membros da família no Instagram: @wolfgang2242 (em homenagem ao primeiro cachorro, morto em 2013). A página é descrita como “a vida com cães idosos ou deficientes resgatados e outros animais”.
De acordo com os relatos da página, que possui mais de um milhão de seguidores, Greig é também pai de Rocky, que sofre de dirofilariose, de Kitty, que tem problemas de incontinência, e de Willamena, que tem a visão reduzida, além do coelho Blizzard e da galinha Betty – os dois últimos escaparam da panela.
Em 2020, a página Wolfgang recebeu o prêmio Shorty, que destaca pessoas e organizações produtoras de histórias em tempo real. A premiação existe desde 2008 (começou no Twitter) e contempla internautas de diversas redes sociais.
A história da família também é contada no livro “The One and Only Wolfgang: do resgate de pets a uma família feliz”, lançado em 2019, escrito por Mary Rand Hess e Nadja Sarelli. O livro se tornou um campeão de vendas, tendo passado várias semanas na lista de recomendados do jornal The New York Times.
O cachorro que deu origem à “missão” de Greig é alemão. É o nome, por exemplo, do compositor austríaco Mozart e até de um santo católico, São Wolfgang de Ratisbona. Traduzindo do inglês, no entanto, ficaria “gangue do lobo”. Mas quem seria o lobo desta gangue?
Fonte: caesonline