O Grupo Santa Casa de Franca (SP), Organização Social de Saúde que administra o Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Taquaritinga (SP), onde 12 pacientes perderam ou ficaram com a visão parcialmente comprometida após um mutirão de cirurgias de catarata, informou nesta segunda-feira (10) que houve um erro no preparo cirúrgico dos procedimentos.
Segundo a nota enviada ao g1, a investigação interna concluiu que “houve uma troca no protocolo assistencial, especificamente no preparo cirúrgico; o erro foi restrito exclusivamente ao dia 21 de outubro de 2024, afetando 12 pacientes dos 23 operados neste dia”.
O g1 pediu detalhes ao Grupo Santa Casa sobre o erro identificado, mas não obteve posicionamento até a publicação desta matéria.
Ainda segundo a nota divulgada, todos os profissionais diretamente envolvidos foram afastados de suas funções, e medidas corretivas foram implementadas para reforçar os protocolos de segurança e evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer.
No sábado (8), durante visita a Ribeirão Preto (SP), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que a OSS será responsabilizada. Ainda segundo Tarcísio, o estado avalia uma indenização administrativa aos pacientes.
“Aparentemente, houve um problema pontual, mas é essencial investigar a fundo. A ideia do Estado é oferecer uma indenização administrativa a essas pessoas e, ao mesmo tempo, cobrar a responsabilidade da organização social”, disse o governador.
Os 12 pacientes lesados, que são moradores de cidades da região, como Santa Ernestina (SP), Matão (SP) e Ibitinga (SP), passarão a ser acompanhados por uma comissão exclusiva no Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto. A equipe, segundo o hospital, é formada por profissionais que atuam nos setores de córnea e catarata.
Na sexta-feira (7), a secretária executiva da Secretaria Estadual da Saúde, Priscilla Pelicaris, disse que todos os pacientes foram colocados na fila de transplante de córnea, sendo que uma delas já passou por cirurgia porque corria o risco de perder o globo ocular.
Todas as cirurgias no AME de Taquaritinga estão suspensas.
O Ministério Público de Taquaritinga instaurou procedimento para apurar o caso e pediu a instauração de inquérito na Polícia Civil para investigar a denúncia.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou que investiga o caso, e que as apurações seguem sob sigilo determinado por lei.
Foto: A salgadeira Maria de Fátima Garcia Chiari ficou cega do olho direito após passar por cirurgia de catarata no AME de Taquaritinga, SP — Foto: Valdinei Malaguti/EPTV