O vereador Gilson Pelizaro (PT) utilizou a Tribuna na manhã desta terça-feira, 5 de abril, durante a 10ª Sessão Ordinária no Plenário da Casa de Leis francana.
Gilson iniciou a fala parabenizando o colega Daniel Bassi (PSDB) e destacou ‘eu sou uma pessoa que vai lutar sempre pelo protagonismo do Legislativo. E o trabalho político que tem sido feito pelo vereador, tem sido um trabalho de reconhecimento regional. Muito bem feito’.
O parlamentar ainda criticou o prefeito Alexandre Ferreira (MDB) quanto ao tema relacionado a construção do hospital estadual anunciado ontem, 4 de abril, pelo governador do Estado Rodrigo Garcia.
‘Eu se fosse o prefeito, eu abraçava a causa do hospital juntamente com você e não preocupava com o calendário eleitoral’ acrescentou.
O vereador ainda ressaltou ‘eu não sou contra a construção do hospital, já disse isso, e muito pelo contrário se vier possibilidade da gente votar algumas coisas para o funcionamento eu o farei’.
Porém, Gilson lembrou dos desafios com a proposta ‘construir um prédio não é tanta dificuldade para o Poder Público, o que dá dificuldade é aparelhar, dar manutenção no equipamento e ter contratação de pessoal’.
E alertou sobre os riscos de transferência para uma Organização Social (OS) e ressaltou ‘O Alexandre está respondendo na Justiça até hoje por causa da contratação de médicos no Pronto Socorro e que a OS enfiou alguns médicos na cidade que nem eram médicos. É o caso dos falsos médicos’
E enfatizou ‘você fazer um aparelho público desse tamanho e jogar para uma OS (…) A qualidade do serviço de um serviço de uma OS é diferente da qualidade de um serviço do Estado’
Pelizaro ainda questionou os procedimentos para credenciamento do novo hospital junto ao SUS sendo que é uma responsabilidade e gerenciamento do Ministério da Saúde.
‘A hora que montar a estrutura do hospital regional em Franca destinando a uma OS, provavelmente esses leitos que estão nessas cidades (Pedregulho e Igarapava) vão ser fechados. Porque o SUS, tem um teto de atendimento para determinadas cidades, para o credenciamento. E quem é o hospital regional de Franca? Gostamos ou não, é a Santa Casa. Vão tirar o credenciamento da Santa Casa? Não vão fazer isso, e o recurso do SUS que seria para pagar os procedimentos precisa de credenciamento’ alertou.
E questionou ‘o teto do SUS vai ser ampliado? O Governo Federal tem estrutura para credenciar mais um hospital de 200 leitos?’
O parlamentar também criticou os gastos da visita do Ministro da Saúde Dr. Marcelo Queiroga e do deputado federal Eduardo Bolsonaro à Santa Casa de Franca. ‘Uma agenda de um Ministro de Estado não pode ser jogada na lata de lixo como foi essa de ontem (…) Além de desperdiçar a estrutura para vinda dele, gastou-se uma nota’ criticou.
Outro tema abordado pelo vereador foi sobre a postagem feita pelo vice-prefeito Everton de Paula, que em uma rede social comemorou os 58 anos do golpe de 1964. Na nota, o partido diz que “o senhor Everton de Paula é uma mancha mal cheirosa que polui os ideários democráticos de nossa população”. Gilson criticou ‘o vice-prefeito, um bolsonarista de quatro estrelas, no afã de defender seus ideais, se é de direita ou de esquerda é um direito de qualquer um, o que as pessoas não podem é fazer apologia à ditadura militar’
E acrescentou ‘fazer apologia como ele fez, cumprimentando pelo golpe de 1964 que torturou mais de 2 mil pessoas, matou quase 500 pessoas no Brasil, entre mortos e desaparecidos (…) eu vi o relato da Miriam Leitão que tinha 19 anos, grávida e foi torturada pelos posicionamentos políticos que ela tinha por direito’
Gilson ainda ressaltou ‘quero publicamente repudiar a fala do vice-prefeito’ e enfatizou ‘fazer apologia a quem torturou, a quem matou, a quem estuprou, a pessoa tem que pensar bem e calcular o que fala e outra coisa é crime fazer apologia à ditadura militar’
Pelizaro ainda se irritou ‘o nosso vice-prefeito tem que pensar bem no que fala porque ele ocupa um cargo público e usou do Estado Democrático de Direito para ser eleito, e se ele acredita em ditadura, devia ter esperado que um dia a ditadura voltasse para ser nomeado ionicamente como muitos foram no passado’.
E por fim desabafou ‘agora ele utilizar da democracia para bater na democracia, arrebentar com a democracia, vai escutar. Toda vez que ele abrir a boca para falar de assuntos antidemocráticos vai escutar’
Veja a nota do PT na íntegra
NOTA DE REPÚDIO
O Diretório Municipal do PT-Partido dos Trabalhadores de Franca repudia com veemência as palavras do vice-prefeito Everton de Paula, que em uma rede social comemorou os 58 anos do golpe de 1964.
É inadmissível que alguém, ocupante de cargo público e eleito pelo voto popular, se manifeste a favor do regime ditatorial que infelicitou o Brasil por mais de duas décadas. Quando faz isso, o vice-prefeito se coloca a favor de todas as barbaridades que aconteceram durante aquele período: perseguição a quem pensava diferente, tortura e morte de opositores do regime, censura total à imprensa e aos artistas, extinção de eleições diretas para presidente, governadores e prefeitos de capitais. São fatos como esses que o vice-prefeito comemora.
Tivesse o vice-prefeito alguma coerência política e pessoal, renunciaria a seu cargo, pois ditadura e voto popular não combinam. Quem defende ditadura não pode ser beneficiário da vontade do povo.
Mesmo que inexpressivo no cenário político francano, o senhor Everton de Paula é uma mancha mal cheirosa que polui os ideários democráticos de nossa população.
Franca, 5 de abril de 2022
Diretório Municipal
PT- Partido dos Trabalhadores de Franca