No dia 1º de janeiro de 2025, Alexandre Ferreira assumiu, pela terceira vez, o cargo de prefeito de Franca. A cerimônia de posse, realizada no Teatro Municipal de Franca, também marcou a oficialização dos mandatos dos vereadores eleitos e reeleitos. Apesar do início de um novo ciclo administrativo, o cenário cultural da cidade segue como uma das áreas mais negligenciadas pela gestão municipal.
Desde a última gestão de Alexandre Ferreira, a população tem notado uma redução significativa nas atividades culturais da cidade, como o fim do Carnaval e dos shows de Réveillon, que anteriormente promoviam a integração e o lazer da comunidade. Essas ações foram descontinuadas sem a implementação de políticas culturais substitutivas, gerando preocupações entre artistas e agentes culturais locais. No final de 2024, foi anunciado o encerramento das atividades da FEAC (Fundação Esporte, Arte e Cultura de Franca), com a proposta de criar uma nova secretaria que unisse novamente esporte e cultura em uma única pasta. Especialistas destacam, porém, que essas áreas possuem demandas e públicos distintos, exigindo atenção específica. Essa reorganização, até o momento, não foi concluída, sendo a Secretaria de Esporte e Cultura a única sem liderança definida, sob a justificativa de que o encerramento formal da FEAC ainda está em andamento.
Uma das principais críticas ao processo tem sido a ausência de diálogo com os agentes culturais. Até o momento, não houve consultas ou convites para que esses representantes participassem do planejamento e estruturação da nova secretaria. Para muitos, essa falta de envolvimento compromete a legitimidade e a eficácia das políticas culturais que possam ser implementadas, deixando de aproveitar a expertise de quem vivencia e promove a cultura local.
Marília Martins, recentemente eleita vereadora, surge como a única representante diretamente ligada à cultura na nova composição da Câmara Municipal. Ela enfrenta o desafio de fortalecer o setor cultural em Franca e promover maior inclusão e diálogo. A participação ativa do CMPC (Conselho Municipal De Políticas Culturais de Franca) na estruturação da nova secretaria é vista como um passo essencial para revitalizar a cultura no município e garantir sua representatividade.
Para superar essas dificuldades, é fundamental que a gestão municipal priorize a abertura de canais de comunicação com o CMPC e com a comunidade cultural. Somente com colaboração e transparência será possível construir políticas públicas que reflitam as necessidades e expectativas da população, assegurando um futuro mais inclusivo e vibrante para o setor cultural em Franca.
Por Cairo Still – Jornalista, Presidente do Grupo Fato No Ato e Conselheiro Titular Do Setorial Imprensa no Conselho Municipal de Políticas Culturais de Franca.
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