Nesta sexta, 22 de abril, o francano Cairo Still, jornalista do Portal Fato No Ato, também músico além de apresentador e produtor, foi destaque em matéria de visibilidade nacional.
Cairo Still saiu no portal IG, renomado site de notícias de alcance de nível nacional. A redação do IG procurou nosso jornalista francano e realizou diversas perguntas referentes a sua trajetória enquanto músico independente no cenário pop e LGBTQIA+, somando que Still já possui mais de 1 milhão de streamings somente no Spotify e já realizou diversas parcerias com nomes já consolidados da diversidade como a Drag Queen Paulette Pink de SP e DJ Lucas Beat, que ultrapassa os 3 milhões de ouvintes também no Spotify, possuindo uma trajetória de 5 anos na música, porém com realizações marcantes e importantes para um artista local, independente e da diversidade.
Continua após a imagem…
A matéria consta com respostas de ”Still” para questões polêmicas a respeito de falta de apoio e aplauso da própria comunidade e muitas outras situações que ele passou em sua trajetória para chegar a ser hoje, um dos ícones representativos mais importantes da região no interior paulista falando de multi artistas que representam diversos segmentos e atuam como influência para jovens e simpatizantes, Cairo é hoje além de jornalista do Portal Fato No Ato, também apresentador de TV, Radialista, Produtor audiovisual, músico e ativista na causa de combate a homofobia.
Continua após a imagem…
A carreira de Cairo, começou aos 17 anos, quando ele se aventurou em estudar o setor audiovisual com o intuito de trabalhar com a produção artística. De certo modo, o contato dele com a música aconteceu por acaso. “Realizei algumas gravações próprias e acabei me descobrindo na música, desta vez como artista e também produtor do próprio conteúdo. Hoje, aos 33 anos, ultrapassei a marca de um milhão de streamings dos meus álbuns no Spotify , fiz parte de playlists editoriais oficiais da plataforma e realizei parceria com nomes consolidados, como DJ Lucas Beat, e gravei feat. com a drag queen Paulette Pink, um ícone LGBTQIA+ do Brasil na música ‘Ficar Contigo Não Dá’”, conta.
Continua após a imagem…
Cairo conseguiu realizar um sonho compartilhado por muitos músicos independentes, mas infelizmente alcançado por poucos: fazer shows. “Estive em eventos e festivais em todo interior paulista, fui convidado especial fixo da prefeitura para eventos oficiais, cantei ao lado de Sandra de Sá, levei trio elétrico com mais de 10 mil pessoas, pude realizar essa parte, o que a maioria não tem a oportunidade infelizmente”.
Continua após a imagem…
Quando questionado sobre como enxerga o ramo da música para artistas LGBT, Cairo explica que é um setor extremamente concorrido que não abre muitas portas para quem está fora dos padrões cis-hétero, o que por sua vez alimenta grande competitividade entre os próprios artistas. “O que acontece pelo meu ponto de vista é haver menor abertura para esses artistas [LGBT independentes] nos eventos em geral, e ainda existe também uma disputa entre os próprios que concorrem a essas poucas vagas. Eu mesmo já perdi oportunidade de cantar na capital de São Paulo em um evento consolidado, assim como também outros muitos amigos artistas independentes, porque tinham contrato com uma grande artista”.
Continua após a imagem…
Para o cantor, apesar da indústria musical em geral apresentar incentivos à diversidade, seja com feats que levam nomes LGBT para vários gêneros e possibilita que esses artistas tenham notoriedade, para quem segue na carreira independente falta sim visibilidade e principalmente investimento. “Esses artistas não possuem muito apoio, tanto de artistas de renome quanto de suas distribuidoras. Hoje para um artista independente ser destaque precisa de investimento financeiro. Em uma era em que não existem mais empresários, os próprios artistas devem ser seus próprios agentes, produtores, assessores de imprensa, correr atrás de apresentações, produções, gerenciamento de suas redes sociais. Há um longo caminho ainda para essa turma”, explica ele.
Continua após a imagem…
Entre alguns obstáculos que impedem a maior notoriedade dos artistas independentes, Cairo pontua o descaso do próprio público. Para ele, quem consome o trabalho de artistas LGBTQIAP+ deveria dar uma chance para aqueles que ainda não chegaram ao mainstream. “Boa parte das pessoas que gostam de música LGBTQIA+ consomem Pabllo, Gloria Groove e outros três ou quatro nomes de destaque, mas não abre espaço em suas playlists para novos sons. Não há muito apoio enquanto não se está na Globo ou gravando um feat com ‘os renomados’. Eu acredito que falta também um posicionamento destes grandes artistas. A fim de promover a diversidade na música LGBTQIA+, estes poderiam incentivar os fãs e consumir também mais materiais da diversidade. O segredo é quanto mais, melhor”, declara.
Continua após a imagem…
Sobre as dificuldades enfrentadas por ele até o momento, é com pesar que Cairo conta ao iG Queer que já sofreu boicotes até mesmo de ONGs que deveriam, em tese, apoiá-lo para que pudesse realizar as apresentações em questão. Os gastos e os problemas com cachê são alguns dos pontos que mais causam dor de cabeça.
Continua após a imagem…
“Em 90% das vezes tive problemas com pessoas que deveriam prestar apoio: ONGs e produtores de eventos. Fui muito derrubado para outros subirem, vi muitos amigos meus, assim como eu, tendo que viajar, gastar com figurino, ir atrás de produção musical para estes shows e não ganhar um real sequer de cachê. Muitas das vezes, nem lugar para nos trocarmos tínhamos e não recebíamos, nem água. A questão do cachê é algo delicado de abordar, pois, muitas ONGs não possuem verba pública, mas há muita má intenção no meio e nunca podemos ter certeza de uma situação. Claro que não generalizo, há muitas pessoas, ONGs e produtores bons. Já aconteceu de pessoas de ONG voltada à diversidade LGBTQIA+ mexerem céus e mares e irem atrás do prefeito para mostrar prints meus reclamando de ‘buracos no asfalto’ pela cidade a fim de derrubar uma apresentação minha em show de Réveillon. Conseguiram até derrubar o primeiro cachê que eu receberia da prefeitura. Isso são apenas alguns exemplos”, conclui.
Continua após a imagem…
Você pode conferir a matéria oficial do portal IG clicando no link abaixo:
https://queer.ig.com.br/2022-04-22/dificuldades-dos-musicos-lgbt-independentes-no-brasil.html
Ouça Cairo Still no Spotify e conheça seu trabalho na música:
Já nas redes sociais oficiais você encontra mais sobre ele, clique e siga:
Para sugestões de matérias para a Coluna Cairo Still do Fato No Ato, envie um e-mail para: