Na manhã desta sexta-feira, o posto de saúde Dona Evelina Gramani Gomes localizado na rua Ouvidor Freire da região central de Franca, foi alvo de denúncias envolvendo má conservação, bolor nas paredes e teto, vazamento no telhado, portas quebradas, material ambulatorial no chão próximo a baratas mortas.
Uma usuária do posto de saúde, Dona Lúcia Helena Silva, 62 anos, leva a sua mãe todas as terças feiras para tratamento e relatou que a laje e o beiral do telhado estão caindo.
“eu vejo um prédio caindo aos pedaços, insalubre, perigoso demais para as pessoas que frequentam aqui. Isso aqui está um descaso, jogado às traças. O prefeito prometeu uma nova unidade mas que só deve sair daqui a três anos e nesse tempo esse prédio está com risco de pegar fogo”.
O prédio realiza atendimentos de tuberculose, hanseníase, DSTs, hepatite, doenças renais crônicas, atendimento psicológico e psiquiátrico para crianças, além da farmácia de medicamentos.
“Ao conversar com uma atendente, ela me relatou que nem cozinha para os funcionários fazerem almoço tem. O banheiro não possui papel para enxugar as mãos e o local está infestado por piolhos de pombos. No andar de cima me deparei com o forro com mofo encharcado com água e goteiras, a ponto de pegar fogo na fiação. Está perigoso para os funcionários e para quem está sendo atendido”– afirmou a denunciante.
Lúcia completa dizendo que o local de saúde está abandonado pelos responsáveis: “não temos vereadores, não temos ninguém. É um patrimônio histórico de Franca. É deprimente, é perigoso entrar no Posto de Saúde de Franca, isso é inadmissível. Cadê os nossos vereadores. Cadê o Sr. Prefeito?”
Ela completa dizendo que o atendimento dos funcionários é excelente e que eles dão o melhor de si, e revoltada com a situação, clama aos vereadores: “parem de pensar nos próprios umbigos, aumentando salário sorrateiramente na calada da noite, parem de fazer essa vergonha. Senhores vereadores, senhores prefeitos, senhores deputados, pensem um pouco na população, parem de pensar só em vocês e vamos pensar na população carente que precisa desses tratamentos.”
A reportagem do Fato no Ato compareceu ao posto de saúde e apurou a situação de abandono por parte da prefeitura, além de verificar diversas caixas de “transporte de materiais” no chão, próximas a baratas, configurando a necessidade de interdição imediata por parte das autoridades competentes.
Também foi verificado que no site de consulta pública do Corpo de Bombeiros não consta emissão de alvará para o referido endereço.
O prefeito Alexandre Ferreira (MDB) foi procurado através de sua assessoria, para esclarecer a situação mas não respondeu à reportagem até o presente momento. A secretária de Saúde, Waléria Souza de Mascarenhas, considerou a situação não emergencial e pediu que fosse encaminhado o caso por e-mail à assessoria de imprensa do prefeito.
*Reportagem: Alexandre Silvia e Marcela Barros.
** imagens cedidas pela denunciante e capturadas pela reportagem.