A Merck Sharp & Dohme (MSD) entrou com um pedido na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta sexta-feira (26) para o uso emergencial de seu comprimido contra a Covid-19, o Molnupiravir.
De acordo com a Anvisa “o prazo de avaliação para o uso emergencial e temporário de medicamento contra a Covid-19 é de até 30 dias. A análise não considera o tempo do processo em status de exigência técnica, que é quando o laboratório precisa responder questões técnicas feitas pela Agência dentro do processo”.
O órgão ainda afirma que “as primeiras 24 horas de análise serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e verificar se os documentos necessários estão disponíveis. Se houver informação importante faltando, a Anvisa pode solicitar ao laboratório”.
Esse é o primeiro antiviral de uso oral que combate a doença. O foco é em pessoas mais vulneráveis e imunodeprimidos. No começo do mês, o Reino Unido foi o primeiro país do mundo a aprovar o comprimido contra a Covid-19.
Comprimido contra a Covid-19
Os resultados mostram que o medicamento tomado nos primeiros cinco dias de sintomas da doença é capaz de reduzir as hospitalizações e mortes em 48%. De acordo com os dados da farmacêutica, a pesquisa acompanhou 775 adultos com Covid-19 em seus estágios iniciais e risco de desenvolver sintomas mais graves por conta de pelo menos uma comorbidade. Metade do grupo recebeu o comprimido enquanto a outra metade tomou placebo.
Entre os que receberam o comprimido, 7,3% precisam de hospitalização após o agravamento da Covid-19. Enquanto no grupo que não tomou o remédio, foram 14,1% os hospitalizados. Além disso, não foram registradas mortes no grupo com o medicamento e na parcela de controle foram 8 óbitos.
“Tratamentos antivirais que podem ser tomados em casa para manter as pessoas com Covid-19 fora do hospital são extremamente necessários”, disse Wendy Holman, CEO da Ridgeback, empresa do ramo de remédios que também atuou nas pesquisas.
O Molnupiravir interfere com uma enzima durante sua ação. Essa enzima é usada pelo vírus da Covid-19 para copiar o código genético e se reproduzir. O remédio basicamente atrapalha essa reprodução.
Não há informações sobre efeitos colaterais. A empresa informou apenas que o grupo que tomou placebo teve ligeiramente mais sintomas do que quem recebeu o remédio.
Aqui no Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está negociando com a Merck para produzir o comprimido contra a Covid-19. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, os termos do acordo ainda estão sendo discutidos pelos laboratórios envolvidos. A Fiocruz ainda precisa estudar com o Ministério da Saúde a demanda para esse medicamento.