Para o coordenador do Programa de Saúde e Ambiente da Fiocruz, Guilherme Franco Netto, a data oferece dupla oportunidade: denunciar os danos causados pelos agrotóxicos à saúde e à natureza e a anunciar que outras formas de produzir alimentos e conviver com a natureza são possíveis.
Segundo o coordenador, os agrotóxicos têm impactos adversos na qualidade da água, plantas e animais, além de estarem associados a uma abundância de efeitos negativos para a saúde humana, que vão desde doenças de curto prazo até vários tipos de câncer.
Ele alerta que a redução do seu uso não é fácil. “A reprodução sistemática da diversidade e a busca por sistemas de produção simplificados deixaram as lavouras vulneráveis a pragas e doenças. Sem um novo paradigma de pensamento e prática na produção agrícola, o uso global de pesticidas provavelmente aumentará, com efeitos indiretos sobre o meio ambiente e nossa saúde”, adverte Franco Netto.
Ações na Fiocruz
A Fiocruz realiza ações de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação, Informação e Comunicação relacionadas aos agrotóxicos ao longo de sua trajetória institucional. Recentemente – a partir da primeira década do segundo milênio -, essas ações têm sido planejadas, implementadas e avaliadas por intermédio do grupo de trabalho (GT) constituído no âmbito da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAS/Fiocruz).
“Há inúmeras iniciativas da escala global à local que apresentam alternativas sustentáveis ao uso de agrotóxicos, sendo a Agroecologia uma perspectiva sistêmica que transforma por completo os sistemas alimentares globais de agentes de concentração de riqueza para poucos em agentes protagonistas do bem viver”, finalizou o coordenador.
Tatiane Vargas (Ensp/Fiocruz)