A dor de cabeça é uma condição multifatorial que afeta cerca de 140 milhões de brasileiros, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Estima-se que cerca de 15% da população sofra o sintoma de forma frequente, sendo uma das principais causas de afastamento do trabalho e redução da produtividade.
O neurologista da Hapvida, Luiz Pascuzzi, afirma que a cefaleia é uma das queixas mais frequentes na prática médica, tanto em consultórios quanto em hospitais e prontos-socorros. “Em todas as circunstâncias, onde o médico atua, os pacientes apresentam a cefaleia como queixa principal ou acessória a outra patologia ou motivo de atendimento”, explica.
As cefaleias podem ser classificadas em dois grandes grupos: primárias e secundárias. As primárias não têm uma causa estrutural identificável e incluem tipos como a migrânea (ou enxaqueca), que é mais comum em mulheres, e as tensionais. Já as secundárias estão associadas a outras doenças, como tumores cerebrais, aneurismas, meningites, entre outras.
Pascuzzi alerta que alguns sinais podem indicar que a dor de cabeça não é apenas um incômodo passageiro e merece avaliação médica imediata. “Merecem atenção as cefaleias que: iniciam após os 50 anos, além daquelas de início súbito, com características progressivas na intensidade, frequência e duração; de início recente em pacientes com neoplasias ou HIV; em doenças sistêmicas (febre, rigidez de nuca etc.); com sinais neurológicos focais e associada a edema de papila”, cita.
“Quando a cefaleia é progressiva quanto à intensidade, frequência e duração ou vem acompanhada de sinais neurológicos focais, deve-se investigar com mais atenção”, destaca o neurologista. Em casos como esses, exames de imagem e avaliação neurológica são indicados para identificar possíveis causas subjacentes.
Diagnóstico e tratamento
Segundo o neurologista da Hapvida, o diagnóstico é clínico na maioria dos casos. “Mais de 90% do diagnóstico se faz com uma boa anamnese e exame clínico. Os exames complementares são realizados conforme a necessidade”, afirma Pascuzzi.
O tratamento deve ser direcionado por um especialista de forma individualizada, conforme a doença de base. O neurologista ressalta ainda que o uso incorreto e repetitivo de analgésicos pode trazer riscos sérios à saúde.
Além do acompanhamento adequado, medidas preventivas podem ajudar a reduzir a frequência das dores, como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas, evitar álcool e tabaco, além de cuidar da saúde mental. “Terapias alternativas como yoga, acupuntura e natação também são indicadas como parte do cuidado”, acrescenta Pascuzzi.
A campanha do Dia Nacional de Combate à Cefaleia busca ampliar a conscientização da população sobre o tema. “A grande maioria das cefaleias é benigna, mas é importante que as pessoas se conscientizem de que também pode ser sintoma de doenças mais graves”, conclui o especialista.
Phábrica de Ideias – Assessoria de Comunicação