A Polícia Civil indiciou nesta quinta-feira (16) o dono da empresa Real Life, Sebastião Abreu, por homicídio culposo, quando não há intenção, pelas mortes de nove bombeiros civis no desmoronamento na gruta Duas Bocas, em outubro deste ano, em Altinópolis (SP).
Segundo o delegado Rodrigo Salvino Patto, responsável pelo inquérito, Abreu não deveria ter permitido o curso na gruta por causa das condições climáticas da região no dia do treinamento.
O inquérito já foi entregue ao Ministério Público e aguarda parecer da Promotoria.
O advogado do empresário, Wesley Rodrigues, disse que o cliente ainda não foi comunicado sobre o indiciamento.
Inquérito
O desmoronamento aconteceu na madrugada de 31 de outubro. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 28 bombeiros civis e instrutores faziam um treinamento no interior da gruta, quando o teto da caverna Duas Grutas desabou, deixando parte do grupo retido.
Dos dez bombeiros completamente soterrados, nove morreram.
O laudo da perícia técnica descartou ação humana no desmoronamento – escavação ou uso de máquinas e ferramentas –, mas apontou falhas na formação rochosa composta por arenito, em razão de desgaste do tempo e da ação do clima.
De acordo com o delegado, o acidente ocorreu por evento ‘extraordinário da natureza‘, mas o curso deveria ter sido cancelado antes.
Ao falar à polícia, o dono da escola de treinamento disse que antes do curso foram realizadas vistorias obrigatórias na gruta. O responsável foi o instrutor Celso Galina Júnior, parceiro da empresa e que morreu no acidente.
Além de Celso, morreram na tragédia Débora Silva Ferreira, Natan de Souza Martins, Jenifer Caroline da Silva, Ana Carla Costa Rodrigues de Barros, Rodrigo Triffoni Calegari, Elaine Cristina de Carvalho, Jonatas Ítalo Lopes e José Candido Messias da Silva.
Por g1 Ribeirão Preto e Franca