O ex-presidente Donald Trump (Partido Republicano), 78 anos, venceu as eleições contra a vice-presidente Kamala Harris (Partido Democrata), 60 anos, e se tornará o 47º presidente dos Estados Unidos, segundo projeções da mídia norte-americana. O novo mandato será o 2º de Trump à frente da Casa Branca. Ele comandou o Executivo do país de 2017 a 2021. Seu vice é J.D. Vance, senador pelo Estado de Ohio. Segundo dados de apuração publicados pela Associated Press até as 15h (horário de Brasília) desta 4ª feira, 6, o republicano obteve 292 delegados. Kamala teve 224. São necessários 270 dos 538 delegados para vencer o pleito no Colégio Eleitoral.
Filho de Fred e Mary Anne Trump, o republicano nasceu em uma família que fez fortuna no ramo da construção civil.
Formado na Universidade da Pensilvânia, assumiu os negócios em 1971 e passou a comandar a empresa que, mais tarde, ficaria conhecida como a Organização Trump.
A disputa pela Presidência dos Estados Unidos em 2016 marcou a primeira vez que o empresário se candidatou para qualquer cargo público — e venceu.
O mandato de Trump é lembrado por grande parte da população americana como um período de crescimento econômico, sendo essa uma das pautas que o republicano tem maior nível de confiança entre os eleitores.
Voltou
Aos 78 anos, Trump retornará à Casa Branca em 20 de janeiro de 2025, quando será empossado para seu segundo mandato como presidente, após ficar quatro anos longe do poder. Ele deve comandar os Estados Unidos até 2029, sendo o 47º líder da maior potência do mundo. O senador republicano J.D. Vance, vice na chapa de Trump, assumirá como o 50º vice-presidente da história dos EUA.
A volta de Trump à presidência ocorre em um momento de insatisfação nacional, com apenas um quarto dos americanos expressando apoio com a direção do país e dois terços manifestando perspectivas econômicas desfavoráveis.
Trump substitui o atual presidente Joe Biden, do Partido Democrata, apresentando-se como um defensor das liberdades amparadas pela Constituição dos Estados Unidos, como as liberdades de expressão e defesa. É a segunda vez na história que um presidente comandará os Estados Unidos por dois mandatos não consecutivos.
Horas antes de alcançar os 270 delegados – faltavam 3 para o mínimo – o ex-presidente já declarava vitória no Centro de Convenções do Condado de Palm Beach, na cidade de West Palm Beach, Flórida.
“Quero agradecer ao povo americano pela extraordinária honra de ter sido eleito seu 47º presidente”, afirmou o republicano, acompanhado de sua família, membros da equipe de campanha e apoiadores.
“Faremos a América grande novamente”, declarou Trump diante dos gritos de histeria que inundaram o local durante a madrugada, enquanto a apuração acontecia.
A confirmação de vitória veio com o fim da apuração no estado de Wisconsin, por volta das 7h30 desta quarta-feira (6), que deixou Trump com 277 delegados.
Imigração em foco
A política de imigração dominou a campanha de Trump, que apontou falhas na gestão de fronteira de Biden. Em dezembro de 2023, os EUA registraram um recorde de mais de 300 mil entradas ilegais no país, enquanto a média mensal de 2013 a 2019 era de 39 mil. Em resposta a esses números, Trump prometeu em seu plano de governo realizar a maior deportação da história do país. Entre as principais propostas também, estão o envio de reforços para proteger a fronteira EUA-México, a construção de novas instalações de detenção de imigrantes ilegais, e até a aplicação de tarifas sobre produtos mexicanos, caso o governo local, liderado pela socialista Claudia Sheimbaum, não controle a crise migratória e o tráfico de drogas.
O republicano também se comprometeu a acabar com os programas de liberdade condicional implementados por Biden, que permitem a entrada temporária de imigrantes. De acordo com dados oficiais, mais de um milhão de pessoas foram admitidas no país por meio desses programas. Trump também defende o fim da cidadania por direito de nascimento para filhos de imigrantes em situação irregular e prometeu deportar estudantes estrangeiros envolvidos em manifestações contrárias a Israel. Por outro lado, ele sugeriu uma medida para facilitar a migração de estudantes estrangeiros em universidades americanas, garantindo-lhes green cards automáticos.