A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, dispensou o perdão do pastor Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da Record TV, que se aliou a Jair Bolsonaro (PL) durante os últimos quatro anos.
“Dispensamos o perdão de Edir Macedo. Ele é quem precisa pedir perdão a Deus pelas mentiras q propagou, a indução de milhões de pessoas a acreditarem em barbaridades sobre Lula e sobre o PT, usando a igreja e seus meios de comunicação para isso. A nossa consciência está tranquila”, publicou a petista em seu perfil no Twitter.
Antes, o pastor bolsonarista afirmou, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que os fiéis deveriam perdoar o presidente eleito. “O diabo quer acabar com sua fé, com seu relacionamento com Deus por causa de Lula ou dos políticos. Não dá, não dá, minha filha, bola pra frente, vamos olhar pra frente.”
Macedo foi uma das principais vozes não só contra o partido e Lula, mas também contra a esquerda no geral. A Folha Universal, jornal da igreja, publicou diversos editoriais nesse sentido. O texto publicado após o Sete de Setembro informava que a esquerda podia “chorar copiosamente”, porque “as manifestações cívicas” capitaneadas por Jair Bolsonaro mostravam que “o líder supremo da esquerda no Brasil não terá vida fácil”.
Nas redes sociais, o assunto se tornou um dos mais comentados. Edir Macedo foi caracterizado pelos internautas como “oportunista” diante da situação.
“‘É isso que o diabo quer’, diz Edir, o autointitulado ‘bispo’. Ele sabe o que o diabo quer. É seu porta-voz? Edir Macedo, na prática Edir Morcego, o oportunista da cobrança do dízimo. Você se lembra do ‘ou dá ou desce’?”, comentou o jornalista Chico Pinheiro, em seu perfil no Twitter.
“Edir Macedo disse que vai perdoar o Lula porque a vitória dele foi a vontade de Deus. Na verdade, o Edir Macedo quer que o Lula perdoe as dívidas dele”, escreveu outro usuário.
Nicolau Soares/Brasil de Fato