As pessoas que utilizam do serviço de transporte intermunicipal concedido pela Prefeitura, através da Secretaria de Saúde, gravaram um vídeo denunciando descaso e maus tratos com doentes que utilizam o serviço de transporte concedido pela Secretaria de Saúde Municipal.
O vídeo foi gravado a pedido dos próprios viajantes, que desabafaram dizendo que as vans já saem cheias de Franca e voltam lotadas de São Paulo. As imagens mostram que é impossível se mexer e esticar as pernas, em um espaço completamente apertado, que duraria mais de 10 horas pois o automóvel faz diversas paradas, em instituições hospitalares de São Paulo, Campinas e Sorocaba.
“Alguém tem que ver isso aí, porque tem coisa errada. Todo mundo doente, um com a perna com problema, coração, operada” – relata uma voz masculina no vídeo.
Uma senhora chega a questionar “para levar os torcedores do Corinthians pra São Paulo, para assistir jogo, eles colocam van executiva, para os pacientes que têm que vir pra São Paulo viajar 5 horas e meia de viagem, vem nessa van toda apertada sem condições nenhuma.”
A denunciante, de 51 anos, disse à reportagem que as vans são destinadas a pessoas em tratamento, que acabaram de receber alta de internação e pós operatório, e que esse serviço é prestado há décadas, mas que agora as condições estão deploráveis. Segundo ela, fora informado que os pacientes não podem viajar na cabine junto com o motorista, por questão de segurança, mas por falta de espaço e conforto, alguns acabam viajando no banco dianteiro com o motorista.
Ela ainda explicou à reportagem que a condução é paga com dinheiro do SUS, através de contrato de terceirização firmado pela prefeitura, e que antigamente as vans eram executivas, porém com a troca de empresa a qualidade do veículo caiu. A denunciante passou todos os seus dados para a reportagem mas pediu para não ser identificada: “eu tenho medo porque eu sou servidora e vou sofrer perseguição”.
Outra reclamação é que a ajuda de custo para a viagem é muito baixa e não compensa, pois as pessoas que já são carentes financeiramente precisam gastar com a locomoção para receber o valor, o que seria quase correspondente ao valor da ajuda de custo.
Reportagem: Marcela Barros e Alexandre Silva.