O filme se repetiu. No Suncorp Stadium, em Brisbane, na Austrália, o Brasil perdeu por 2 a 1 para França, na segunda rodada da Copa do Mundo Feminina, com gols de Le Sommer e Wendie Renard, de cabeça. Debinha descontou.
A jogada de bola aérea é a principal arma da seleção francesa, especialmente quando se trata da zagueira de 1,87m, e foi insistentemente treinada, segundo as jogadoras, antes da segunda rodada. Mesmo assim, a marcação não funcionou.
A França, que precisava do resultado depois de um empate incômodo contra a Jamaica, pulou para a primeira colocação o grupo F. Brasil e Jamaica se enfrentam na próxima rodada, em um jogo que vai sacramentar a eliminação de uma das seleções.
Brasil começa nervoso
Na primeira etapa, a seleção francesa entrou para uma decisão, com uma concentração digna de uma decisão, e impôs seu lado físico e disciplina tática. Nervoso, o Brasil teve pouco tempo com a bola nos pés, e não conseguiu levar perigo. Se, por um lado, a marcação francesa era imbatível, por outro, o Brasil pecava muito na troca de passes.
A escolha de Pia por Geyse no lugar de Bia Zaneratto não se mostrou eficaz. A jogadora do Barcelona pouco apareceu – assim como Debinha e Ary Borges, e teve dificuldades de fugir da marcação francesa.
Letícia faz a diferença
Um dos destaques do Brasil na partida, Letícia Izidoro fez a diferença no gol do Brasil. Apesar dos dois gols tomados, a goleira do Corinthians foi fundamental para que a França não ampliasse o placar.
Reação e expectativa
Foi só na volta do intervalo que o Brasil enfim conseguiu colocar em prática a proposta de um jogo de contra-ataque. A postura empurrou as francesas para trás, e em uma sobra de bola, Debinha finalizou com classe o canto esquerdo da goleira Magnin.
A seleção cresceu no jogo e teve chances de ampliar o placar. Com Andressa Alves no lugar de Geyse, Debinha apareceu mais no ataque. Kerolin teve a oportunidade de virar, mas desperdiçou.
Lá vem ela de novo
No melhor momento do Brasil no jogo, Renard apareceu, de novo. Assim como na Copa do Mundo de 2019 – e no primeiro gol de Le Sommer -, a zagueira ganhou a disputa e testou para o fundo do gol. O gol foi o símbolo da dificuldade do Brasil em organizar a sua marcação.
Em desvantagem, Pia trouxe Marta e Bia Zaneratto a campo, mas as mudanças mais prejudicaram do que ajudaram. Mais uma vez, o Brasil se viu desorganizado. A camisa 10 mal tocou na bola, e pouco pode contribuir para evitar o primeiro resultado negativo na competição.
Próximos jogos do Brasil na Copa do Mundo Feminina
A pressão agora passa para o lado do Brasil. O time vai enfrentar a Jamaica (que venceu o Panamá por 1 a 0), no próximo dia 2 de agosto, em Melbourne, e precisa vencer para se garantir na próxima fase da competição. No Grupo F, a França lidera com 4 pontos; a Jamaica também tem quatro, o Brasil tem três, e Panamá soma 1 ponto.
Caso se classifique em segundo lugar, o Brasil enfrenta o primeiro colocado do Grupo H, que por ora, é a Alemanha, campeã em cima do Brasil na Copa do Mundo de 2007.
Créditos: Trivela