Um ano após a sua morte, a colunista social e professora Sônia Menezzes Pizzo, a Patrícia, dará nome a uma nova escola em Franca. A homenagem é resultado de um Projeto de Lei de autoria do vereador Pastor Palamoni (PSD), aprovado na 28ª Sessão Ordinária desta terça-feira, 8 de Agosto, na Câmara Municipal de Franca.
A escola em questão será construída na Área Institucional I, do Jardim Adelinha. Durante a apresentação do projeto foi lida a biografia da homenageada.
Biografia
Sônia Menezzes Pizzo nasceu em Franca, no dia 06 de janeiro de 1931, no Campo das Galinhas, em uma casa de fundo de quintal. Filha de Jerônimo Guido Menezes, motorista de praça durante 42 anos, e de Albertina Moreira da Silva, doméstica, Sônia teve mais dois irmãos, Melaida e Arthur.
Na infância, Sônia enfrentou o preconceito por sua origem humilde na escola, mas, com o apoio do pai, insistiu nos estudos. Mais tarde, formou-se professora no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, de tantas tradições, e passou a lecionar, transmitindo o conhecimento dos livros para os alunos, e também combatendo, dentro de sala de aula, a discriminação.
Casou-se em 1951 com o contador Américo Pizzo, com quem teve seus dois filhos, amores maiores de sua vida, os também saudosos Américo Pizzo Junior e Mauro Menezes Pizzo. Ficou viúva em 1985 e, após doze anos, casou-se novamente, com o agricultor Cecílio Jorge. Teve quatro netos que muito lhe deram orgulho: Silvia Vilhena Pizzo Conterato, que deu-lhe dois de seus bisnetos, Maria e Marcelo; Rachel Vilhena Pizzo Araújo, mãe de outros dois bisnetos, Felipe e Luísa; Camila Marmol Pizzo, que trabalhou com a avó por anos, tanto nos meios de comunicação como na direção de sua tradicional Noite EP, e por fim, o neto Guilherme Marmol Pizzo, o único “varão da família”.
Num tempo em que a mulher era criada para ser apenas mãe e dona de casa, Sônia sempre foi uma mulher de opinião forte, e não abandonou o trabalho. Sua carreira na comunicação francana teve início em meados de 1958.
Lançada pelo saudoso Dr. Alfredo Henrique Costa, então diretor do jornal Comércio da Franca, Patricia por lá trabalhou durante 32 anos. Depois seguiu para o Diário da Franca onde trabalhou por 21 anos, voltando, em seguida, para o Comércio da Franca, onde, por anos, manteve uma coluna aos sábados com o nome de “Patrícia”. Na época, a escolha de assinar suas colunas com o pseudônimo Patrícia teve o objetivo de poupar a família de ouvir ofensas e comentários da crítica machista, que sempre atacava seu trabalho simplesmente por Sônia ser mulher.
Mais tarde, Sônia teve programas estreados no rádio, outra grande paixão sua, tendo passado pela rádio Imperador, Difusora, Hertz, União FM. Teve ainda uma carreira longa na TV regional, tendo passado mais de trinta anos na TV Record, e também um longo período na TV Clube/Bandeirantes.
Seu programa “Patrícia na TV”, que passava nos finais de semana, lhe garantiu o apelido de “Hebe da região Mogiana”. Desde o início de sua carreira, Sônia procurava valorizar o ser humano, entrevistando pessoas, buscando ver o lado humano delas, e registrando suas histórias com cuidado e dedicação.
Ela jamais desanimou por causa dos sofrimentos e das lutas do dia-a-dia, sempre trabalhando por sua Franca amada, em prol de causas beneficentes. Foi embaixadora e madrinha de grandes eventos, e teve participação na fundação tanto da APAE como da FRANCAL, além de estar presente em vários momentos importantes da construção da cidade, tanto na política, como economia, comércio, valorizando sempre o lado social.
Ao promover festas glamorosas, Patrícia ganhou a aceitação da sociedade francana, unindo diversas classes sociais. Com seu trabalho e dedicação, ganhou o respeito de cidadãos não só de Franca, mas de várias cidades do interior paulista e capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Sempre sonhadora e acima de tudo realizadora, lutou para que Franca e seus cidadãos tivessem destaque e um grande crescimento social, político, econômico e espiritual. Em 2010 ganhou uma biografia intitulada “Querida”, assinada por Lúcia Helena Maniglia Brigagão, onde sua história foi misturada a história de nossa cidade, do Brasil e até do mundo.
Patrícia viu este registro com esperança para as próximas gerações para que todos pudessem acreditar em dias melhores, realizando este sonho. Trabalhou ativamente até março de 2020 quando precisou se afastar das atividades em decorrência da pandemia, que a todos atingiu.
Em 13 de agosto do mesmo ano sofreu um AVC do qual não se recuperou, até que em 07 de agosto de 2021 veio a falecer. Sônia Menezes Pizzo, nossa colunista Patrícia, está marcada para sempre na memória dos francanos que a veem como uma das maiores personalidades que a cidade já teve.
Durante a sessão foi exibido um vídeo no telão do Plenário com mensagens de empresários e amigos da homenageada.
O vereador Pastor Palamoni (PSD) fez uso da Tribuna agradeceu aos presentes e aos familiares da homenageada, entre eles, Camila Pizzo (neta), Raquel Vilhena Pizzo Araújo (neta), Silvia Vilhena, Ana Luiza Vilhena (nora), Neuza Ribeiro Silva (amiga), Noedi Martins Freitas (amiga), Rosinha Aylon (amiga) e Lilico (amigo).
‘Falar da Patrícia é uma responsabilidade muito grande por todo exemplo e trabalho que ela exerceu na nossa cidade’ enfatizou.
E ressaltou ‘a Dona Sônia começou a sua carreira como professora e como professora foi até o fim, ensinando com excelência e com qualidade no trabalho’. E finalizou ‘na cidade todos têm como o nome que levou a Franca para todas as partes’.
O presidente da Câmara Claudinei da Rocha (MDB) e os vereadores Lurdinha Granzotte (União), Marcelo Tidy (União), Gilson Pelizaro (PT) enalteceram o trabalho e o legado deixado pela homenageada e em suas falas deixaram mensagens de reconhecimento aos familiares presentes.
Comunicação Institucional da Câmara