O jornalista, locutor e apresentador Cid Moreira morreu nesta quinta-feira (3), aos 97 anos, completados no domingo (29). Uma das vozes mais reconhecidas da televisão brasileira, ele estava internado em hospital em Petrópolis, no Rio de Janeiro, para tratar de uma pneumonia.
Personalidades do jornalismo, da política e da televisão relembraram a trajetória de Cid, que capitaneou o Jornal Nacional cerca de 8 mil vezes, por 26 anos desde o dia da estreia do telejornal da Rede Globo, em setembro de 1969.
Sucessor de Cid Moreira na bancada do Jornal Nacional, William Bonner relembrou o colega como “um grande brincalhão”.
“Cid Moreira era um grande brincalhão e adorava que brincassem com ele também”, disse o atual apresentador do JN no programa “Encontro com Patrícia Poeta”, que também destacou a capacidade técnica de Cid.
“Ele sustentava a última sílaba em um grave que fazia tremer o local em que se encontrava. Ninguém era capaz de fazer isso, só o Cid Moreira, com a voz mais maravilhosa que a TV brasileira já teve”, afirmou Bonner.
Parceiro de bancada no JN, Sérgio Chapelin disse que Cid foi o melhor profissional com quem trabalhou. “Ele me ajudou muito, e eu tive que me esforçar bastante para acompanhar o nível dele”, comentou.
O apresentador Léo Batista, outro colega de bancada, relembrou o dia em que Cid Moreira apresentou o telejornal de bermuda: “Ele chegou correndo e apresentou o jornal de bermuda e tênis. Ele colocou um paletó e uma gravata, e como o jornal era só do umbigo para cima, ele apresentou assim. Ele disse que estava tranquilo porque estava lá”, contou Léo à GloboNews.
A apresentadora Ana Maria Braga afirmou que “sua voz e talento marcaram gerações”. “Agradecemos por sua dedicação e por nos ensinar a importância da verdade. Sua contribuição será eternamente lembrada”, escreveu ela no Instagram.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também lamentou a morte do jornalista, afirmando que o Brasil perdeu uma das “personalidades mais emblemáticas da história do nosso jornalismo”. “Com tristeza, o Brasil se despede hoje de uma das personalidades mais emblemáticas da história do nosso jornalismo e televisão, com o falecimento de Cid Moreira aos 97 anos”, escreveu o presidente.
Para Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, Cid “deixa um importante legado para o jornalismo”, destacando “sua voz marcante e inconfundível”.
Arthur Lira, presidente da Câmara, também ressaltou a “voz inconfundível, a seriedade e a precisão na divulgação de notícias”, que “lhe conferiram uma credibilidade inabalável e conquistaram uma legião de fãs em todo o país”.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso, disse que “lembrar do ‘Boa noite’ de Cid Moreira é recordar alguns dos melhores anos de minha vida”.