A destruição causada pela chuva em várias cidades da Bahia parece só aumentar. Na medida em que os temporais não dão trégua há um mês, cidades ficam debaixo d’água e famílias inteiras acabam desabrigadas, restando-lhes apenas a roupa do corpo. Com a crise acentuada, neste sábado (25) uma força-tarefa montada pelos governos estadual e federal foi montada em busca de reforço de efetivo, sobretudo de Corpo de Bombeiros, e outros estados foram acionados. Em comunicado, o governador Rui Costa fala em pelo menos 20 cidades submersas. A situação é mais crítica nas regiões Sul e Sudoeste.
— Temos 20 cidades com várias comunidades embaixo d’água. Por isso, estamos mobilizando todas as nossas forças. Montamos uma base de apoio em Ilhéus e estamos deslocando reforço de pessoal dos bombeiros, polícia, Defesa Civil — disse o governador. — Estamos mobilizando todos os esforços para socorrer as pessoas atingidas pela água. Nesse momento, o esforço é para retirar todas as pessoas de área de risco, de casas que eventualmente correm risco de desabar e prestar essa assistência inicial, restabelecendo ligação de água, energia, e garantir apoio com cestas básicas.
O estado da Bahia sofre com os efeitos das fortes chuvas desde o fim de novembro, cenário que só se agravou com a chegada do verão. São 66 cidades em situação de emergência, pelo menos 20 completamente alagadas e, desde o início dos temporais, há registro de 17 mortes, de acordo com a Defesa Civil estadual, e 286 feridos com as enchetes. Ainda segundo o último balanço da pasta, até agora são 4.185 pessoas desabrigadas e 11.260 desalojadas — ou seja, precisaram deixar suas casas, mas não requisitaram abrigo. A estimativa é de que uma população de 378 mil pessoas já tenha sido afetada. O superintendente da pasta, Coronel Miguel Filho, admite que os números mudam a todo momento.
Risco das barragens
Além do estrago relativo à destruição de casas, estradas e pontes, há preocupação ainda em relação às barragens. Uma série de vistorias técnicas têm sido realizadas em diversas cidades para verifica o estado destas represas após os temporais. Em Itambé, houve o rompimento de uma barragem e pessoas precisaram deixar suas casas às pressas. Uma outra — essa de menor porte, conhecida como barra Beija-Flor — também rompeu na divisa de Anagé com Vitória da Conquista, mas a água correu para o Rio de Contas e não causou danos significativos, de acordo com o governo. A Secretaria do Meio Ambiente (Sema), que realiza as inspeções junto ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) afirma ainda que algumas barragens foram orientadas a realizar “intervenções” para “amenizar futuras complicações”, mas não foram revelados maiores detalhes.
Além de tudo, a previsão de chuva continua pelo menos para os próximos 7 dias, podendo ser forte, o que aumenta ainda mais o alerta e a tensão. Enquanto isso, campanhas são criadas por moradores para ajudar aqueles que perderam suas casas, que precisam da doação de comida, roupas e objetos pessoais.