Menos de dois meses depois de ter o mandato cassado pela Câmara Municipal de Ribeirão Corrente, por 7 votos a 2, o vereador Carlos Adriano Miranda (PL) foi reconduzido ao cargo pela Justiça, em decisão conhecida no início da noite desta quarta-feira, 3. Carlim Miranda, como é mais conhecido, teve o mandato cassado na tarde de 16 de maio último.
A sessão extraordinária teve início às 7h30 e terminou por volta de 15h50, com a decisão dos vereadores. Miranda foi cassado por quebra de decoro parlamentar e denunciação caluniosa. Apenas Sirlene Jardim, presidente da própria CP, e Fued Salomão Neto, suplente de Carlim, votaram contra a cassação.
Miranda era o último dos parlamentares oposicionistas à Administração de Ribeirão Corrente. Outros dois vereadores que faziam parte da bancada de oposição foram cassados no ano passado. São eles, Nelson Moraes e José Carlos Mineiro.
A denúncia contra Carlim Miranda partiu do ex-prefeito e marido da atual prefeita Aninha Montanher (MDB), Airton Montanher, que ocupa o cargo de secretário administrativo na Prefeitura de Ribeirão Corrente, o que aliás, motivou questionamento sobre nepotismo ao MP (Ministério Público) por parte de Carlim Miranda, Nelsinho Moraes e José Carlos Mineiro. “ O MP entendeu que não houve nepotismo e, com base nisso, o marido da atual prefeita entendeu sofrer denúncia caluniosa. Com isso, ele fez a representação imputando a mim quebra de decoro parlamentar”, disse Carlim Miranda, em entrevista ao “Programa do Dedão”, na rádio FNT, na segunda-feira, 25 de março, um dia antes da Comissão Processante se reunir e formalizar a denúncia.
Segundo vereador mais votado na cidade em 2020, com 246 votos, Carlim Miranda alegou ter sofrido perseguição política pelo simples fato de ser da oposição.
Ao reconduzir o parlamentar ao cargo de vereador, o juiz José Otávio Ramos Barion, do Núcleo de Apoio Regional de Julgamento, afirmou que “o impetrante teve cerceado o seu direito líquido e certo de exercer livremente o seu mandato”.
Nas redes sociais, Carlim Miranda disse estar muito feliz pela decisão judicial e por ter trazido a verdade, a transparência. O parlamentar argumentou mais uma vez que estava sendo injustiçado e que agora poderá dar continuidade ao seu trabalho.
Os outros dois vereadores que haviam sido cassados no ano passado, Nelsinho Morais e José Carlos Mineiro, ainda tentam na Justiça a recondução aos seus cargos. Nelsinho disse que o processo está em fase de recursos.
Por outro lado, um vereador da base da atual administração municipal, que respondia processo de assédio moral contra uma advogada servidora da própria Câmara Municipal de Ribeirão Corrente, teve denúncia arquivada, no dia 25 de junho.