Depois de ficar quatro dias separado do cachorro de estimação, o brasileiro Rafael Capanema se reencontrou nesta quarta-feira (25), com Romeu, um Golden Retriever. Um vídeo gravou esse momento entre dono e cão, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.
“Sem palavras. Estou aliviado demais e muito feliz. Passei quatro dias do [sentimento] triste ao feliz”, disse Rafael, tutor de Romeu.
O animal, que completa 11 anos nesta quarta, havia sido barrado pela companhia aérea AirEuropa de sair de Madri, Espanha, e retornar ao Brasil na sexta (20). A empresa alegou que estariam faltando documentos exigidos no continente europeu para a viagem do animal no avião. Só o tutor dele embarcou.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais depois que Rafael denunciou a empresa, alegando que foi impedido de levar seu cachorro mesmo apresentando as documentações corretas. Com a confusão, Romeu ficou cidade espanhola com uma amiga do brasileiro.
Empresa pede desculpas por erro
Dias depois, a AirEuropa admitiu o erro, pediu desculpas e se comprometeu a fazer o transporte do animal para o estado de São Paulo sem custo adicional.
“A AirEuropa lamenta o erro cometido com um passageiro no processo de identificação e embarque do cachorro Romeu. O pedido de desculpas por parte da companhia foi transmitido pessoalmente ao cliente. Da mesma forma, uma série de medidas foram implementadas para fornecer uma solução correta e rápida para o incidente”, informou a empresa, em nota.
Entenda a confusão no embarque
Rafael contou que estava morando em Madri desde 2015 e, quando que decidiu que voltaria morar em São Paulo, foi atrás dos trâmites necessários para que Romeu pudesse entrar no Brasil junto com ele.
“O Romeu é brasileiro e levei comigo quando me mudei para a Espanha. Na época, ocorreu tudo bem e guardei a caixa de transporte. Desde então, ele não viajou mais de avião. Ao decidir que voltaria para São Paulo, vi que no site da empresa aérea que era solicitada a carteira de vacinação para constar se o cachorro tinha a vacina contra a raiva e o documento exigido pelo país de destino”, disse Rafael.
“No caso do Brasil, é o Certificado Veterinário Internacional emitido pelo Ministério da Agricultura da Espanha que atesta a boa saúde do cachorro”, explicou.
A reportagem verificou que no site da companhia aérea AirEuropa é informado que, para viajar com um animal de estimação para um país não pertencente à União Europeia, como é o caso da viagem de Rafael para o Brasil, “deve cumprir os requisitos exigidos por esse país”. Ou seja, é preciso saber o que o país de destino exige para a entrada do animal.
O Ministério da Agricultura da Espanha ainda acrescenta sobre a viagem com animal de estimação: “Informe-se na Embaixada ou Consulado daquele país e informe-se no site do Ministério responsável pelo país”.
Com isso, segundo o site do governo federal, para o ingresso de cães e gatos no Brasil é necessário apresentar Certificado Veterinário Internacional (CVI) ou Passaporte (reconhecido pelo MAPA) emitido por Autoridade Veterinária do país de origem atendendo aos requisitos sanitários do Brasil.
Já os passaportes oficiais para animais domésticos são aceitos apenas de países que aceitam reciprocamente o Passaporte Brasileiro de Animais de Estimação. “Neste momento, o Passaporte Europeu para Animais de Estimação não é válido para entrar no Brasil”, informa o governo federal.
O paulistano, então, afirma que foi atrás de uma clínica veterinária para que conseguisse emitir o certificado internacional, já que é o documento exigido no Brasil.
“Carteira de vacinação estava certa. E também consegui a avaliação do profissional. Aí, um dia antes de embarcar, fui até o Ministério da Agricultura que fica no aeroporto. Eles ficaram com o papel que o veterinário escreveu que o Romeu estava com boa saúde e emitiram na hora o certificado. Peguei e tudo estava certo para a viagem”.
Ao embarcar, os funcionários da empresa AirEuropa, em vez de pedirem os documentos necessários, solicitaram o passaporte europeu do animal e o papel do veterinário que traz a avaliação de saúde, que fica retido no Ministério da Agricultura da Espanha para a emissão do Certificado Veterinário Internacional.
“Não fez sentido nenhum. Eles pediram o passaporte europeu de animal que não é nem aceito no Brasil. Falaram que se eu não tivesse esses documentos não poderia embarcar com o Romeu. Tentei de tudo, mas nada foi feito. Então, como precisar voltar ao Brasil, viajei sem ele e uma amiga minha se dispôs a ficar com o Romeu. Eu só chorava no avião”, contou Rafael.
Fonte: G1