A seleção brasileira masculina de basquete do Brasil venceu os Estados Unidos, por 94 a 79, em Washington, nesta noite de sexta-feira. A vitória brasileira na capital americana valeu pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de basquete, que acontece em agosto e setembro do ano que vem, em sede dividida entre Japão, Indonésia e Filipinas.
Agora, o Brasil tem seis vitórias e três derrotas na competição classificatória para o mundial de 2023. Já os EUA têm sete vitórias e acumularam a segunda derrota na competição. Os americanos já haviam perdido para o México, adversário dos brasileiros na madrugada da próxima segunda para terça-feira. As Eliminatórias classificam os sete primeiros colocados das Américas para a Copa do Mundo. As seleções estão divididas em dois grupos: os três primeiros de cada, além do quarto melhor colocado, carimba o passaporte para o Oriente no ano que vem.
– Nossa estratégia no jogo era chutar o melhor possível sem desperdiçar bola na transição. Porque sabemos que o time dele é muito atlético e que eles gostam de aproveitar essas bolas fáceis no contra-ataque. A gente controlou o ritmo do jogo, teve muita disciplina tática e forçamos eles a jogarem no 5 contra 5. Foi até o final do último quarto foi praticamente perfeito. Saímos com a vitória com uma diferença de 15 pontos – analisou o ala Georginho.
Na partida desta sexta, o Brasil começou com Marcelinho Huertas, Georginho, Léo Meindl, Felício e Tim Soares. O grande destaque, porém, veio do banco: o pivô Bruno Caboclo foi o cestinha da partida, com 24 pontos. Georginho também teve uma grande atuação, com 18 pontos. Huertas também teve uma boa noite, com oito pontos e sete assistências.
Pelo lado americano, Chiozza foi quem melhor jogou. No entanto, é preciso lembrar que os astros da NBA não fazem parte desta seleção americana. Os atletas que enfrentaram o Brasil têm passagens pela liga profissional dos EUA, mas sem destaque ou com poucos minutos em quadra. A seleção brasileira também não contou com o único jogador do país que atua na NBA hoje: o armador Raulzinho, do Cleveland Cavaliers.
David Stockton, DaQuan Jeffries, Michael Frazier II, Rodney Hood e Henry Sims. Depois Alize Johnson, Chris Chiozza, Charlie Brown Jr. Não é um Dream nem um Redeem Team. Longe disso, bem longe. Mesmo assim com praticamente todos os jogadores que têm ou terá a disposição, o técnico Gustavo De Conti contou com seus atletas principais em grande noite para vencer com certa tranquilidade os EUA. E tranquilos os brasileiros não estão na classificação destas Eliminatórias.
Após cinco vitórias seguidas em cinco jogos, o Brasil seguiu para a América do Norte após três derrotas consecutivas na competição. O primeiro obstáculo foi vencido. Agora o desafio é vencer os mexicanos, novamente fora de casa, terça, às 0h30, em Chihuahua, para em fevereiro chegar praticamente garantido na Copa do Mundo na última janela de classificação. Os EUA seguem como líderes, o Brasil permanece em segundo com o México logo no calcanhar. Após esse confronto contra os mexicanos, o Brasil fecha as Eliminatórias em casa diante de Porto Rico e Estados Unidos, em locais que ainda serão definidos pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB).
O JOGO
Marcelinho Huertas e Felício fizeram a parceria de maior sucesso nos primeiros minutos de jogo. De ponta-aérea a infiltrações, os dois comandaram o Brasil, que abriu frente e manteve vantagem até os EUA encostarem em 15 a 15, faltando três minutos pro fim do primeiro quarto. As rotações foram muito grandes em ambas equipes, e os brasileiros conseguiram se manter no comando da partida graças à uma ótima atuação de Bruno Cabloco, que veio do banco.
Do lado dos Estados Unidos, o time não começou bem sob o comando de David Stockton, filho do lendário John Stockton. O atual armador americano não herdou o talento do pai para dar assistências aos companheiros. Por falar em nomes (curiosos), o ala Charlie Brown Jr. também não mostrou talento em quadra e, em choro, foi superado pelos alas brasileiros quando esteve em quadra. Assim, os americanos, mesmo em casa, viram os visitantes terminarem o quarto inicial com vantagem de 30 a 21 no placar.
No segundo quarto, Felício voltou à quadra no lugar do Caboclo. Demorou poucos minutos e o cestinha do Brasil na partida precisou retornar. Afinal, não tinha quem parasse Bruno Caboclo em quadra. Naquele momento, pelos EUA, apenas Chiozza mostrava alguma força para tentar virar o placar. Mas além de Caboclo o Brasil tinha Georginho em noite inspirada em quadra, das bolas de três às infiltrações.
A parcial de 28 a 13, no segundo quarto, mostra o quanto o Brasil conseguia girar a equipe e mesmo assim aumentar a vantagem sobre os americanos, que não conseguiam parar os brasileiros nos duelos um contra um, dentro ou fora do garrafão. No fim do primeiro tempo, Georginho estava com 15 pontos e três rebotes, sendo fundamental na grande diferença que o time abriu sobre os anfitriões: Brasil 58 x 34 EUA.
A boa vantagem do primeiro tempo foi bem administrada pelos brasileiros no início do terceiro quarto. O time do técnico Gustavo De Conti passou a errar mais, sim. Mesmo assim, continuava a dominar os rebotes defensivos. Sem garrafão, os EUA tentaram atirar dos três. Mas enquanto os brasileiros acertavam cerca de 35% dos arremessos dos três, os americanos não passavam dos 20% de aproveitamento. Nesse ritmo, foram mantidos os 20 pontos de vantagem no placar: 75 a 55. Saldo positivo no pior quarto do Brasil no jogo. Até porque nenhum americano conseguia se destacar na partida. Tanto que o primeiro jogador a atingir 10 pontos no jogo foi Alize Jonhson. E ele parou nisso.
No último quarto da partida, os americanos tentaram acelerar o jogo, enquanto, principalmente com Marcelinho Huertas, o Brasil tratava de segurar o relógio. Mas nem só de controle da partida viveu a seleção brasileira nos últimos minutos. Agora Georginho e Caboclo, juntos, fizeram do time de Gustavinho os donos da quadra na capital americana.
Créditos: Globo Esporte
Imagem: ESPN