O primeiro passo no sentido de lançar a tecnologia será dado após a parceria firmada entre a CBMM e a Horwin, fabricante chinesa de motos e scooters que atua no mercado brasileiro desde 2019, ainda de forma tímida, mas que pretende se fortalecer no segmento de motocicletas elétricas nos próximos anos.
As duas empresas firmaram um acordo de produção de motos e scooters equipados com baterias de íons de lítio com nióbio. O primeiro protótipo desse projeto deve ser apresentado nos próximos meses e terá como mula o modelo CR6, uma naked com motor elétrico de 6.200 Watts ou 8,4 cv de potência, e baterias que rendem 150 km de autonomia.
O objetivo é que todos os modelos de produção da marca vendidos no Brasil utilizem baterias com óxido de nióbio até o segundo semestre de 2024. “Trabalhamos para que, em breve, qualquer pessoa possa utilizar uma moto elétrica com carga ultrarrápida de até 10 minutos”, diz Pricilla Favero, CEO da Horwin no Brasil.
As novas baterias aguentam, em teoria, mais de 20 mil recargas ultrarrápidas sem perda de vida útil, de acordo com a CBMM. “Por ser um elemento muito estável, [o óxido de nióbio] permite operações mais seguras e eficientes” explica Rogério Ribas, gerente do Programa de Baterias da CBMM.
O gerente afirma que a companhia dedicou mais de três anos de Pesquisa & Desenvolvimento da tecnologia em parceria com outra multinacional, a japonesa Toshiba. Além das baterias com íons de lítio, o estudo tenta viabilizar uma próxima geração de baterias com óxido de nióbio e titânio (NTO), o que ampliaria a densidade e a capacidade dos conjuntos.
Além da Horwin, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração possui um projeto com a VW CO (Caminhões e ônibus) para aplicar baterias com nióbio em veículos de grande porte, com produção local. Os primeiros testes começarão em 2023.
A CBMM é responsável pela produção de produtos industrializados de nióbio, enquanto a extração de pirocloro, matéria-prima utilizada na criação dos produtos de niobio, é feita pela Comipa, uma empresa composta pela CBMM e Codemig em conjunto com a Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais).
Segundo a companhia, “são necessárias mais de 160 etapas químicas e metalúrgicas para se chegar aos produtos finais de nióbio que são comercializados”.