Uma turba de extremistas bolsonaristas invadiu o Congresso Nacional, a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto em Brasília, na tarde deste domingo (08/01).
Os golpistas, que estavam concentrados há semanas em frente ao Quartel-General do Exército, invadiram primeiro a sede do Congresso Nacional e depois se dirigiram para as sedes dos outros Poderes, deixando um rastro de destruição.
Imagens transmitidas pelos próprios golpistas mostram os invasores circulando livremente e cometendo atos de vandalismo e depredação dentro dos edifícios, incluindo o Plenário do STF.
O presidente Lula não estava no Palácio do Planalto no momento da invasão. O chefe do Executivo cumpria agenda em Araraquara (SP) neste domingo.
O presidente Lula condenou as ações, chamando os invasores de “vândalos” e “fascistas fanáticos”. Lula também prometeu que eles “serão punidos”. “Não tem precedente na história do nosso país o que essa gente fez. Vamos descobrir os financiadores. Todos eles pagarão por esse gesto antidemocrático.”
Pouco mais de duas horas após a invasão, a Tropa de Choque da Polícia Militar conseguiu afastar os golpistas da Praça dos Três Poderes, incluindo o Palácio Planalto e o STF, mas a turba de extremistas ainda seguiu dentro do Congresso por mais uma hora.
A invasão ocorreu uma semana após a posse de Lula, e já havia sido antecedida por outras ações violentas de bolsonaristas, como uma tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em dezembro e bloqueios em rodovias federais logo após o segundo turno no final de outubro.
A ação também tem paralelos com a invasão do Capitólio, nos EUA, por uma turba de extremistas de direita e supremacistas brancos em 6 de janeiro de 2021. Da mesma forma como ocorreu nos EUA, os bolsonaristas tentam reverter ilegalmente o resultado das urnas com ações violentas e golpistas.
Tragédia anunciada
Neste domingo em Brasília, houve confronto entre policiais e bolsonaristas. Extremistas atiraram fogos de artificio e grades de ferro contra as forças de segurança. No entanto, o comportamento das autoridades do Distrito Federal vem provocando críticas e acusações de leniência e incompetência. Nos últimos dias, dezenas de ônibus repletos de extremistas se dirigiram para Brasília para engrossar o movimento golpista em frente ao QG do Exército, mas não houve reforço na segurança pública no DF.
O governo local é chefiado por Ibaneis Rocha, um aliado de Bolsonaro, e a pasta de segurança pública era comandada até esta tarde por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do ex-presidente. Após a invasão, Ibaneis exonerou Torres.
Ainda nesta tarde, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que ele e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, acionaram a Procuradoria-Geral da República para pedir uma intervenção federal na segurança pública Distrito Federal.
Pouco depois, Lula assinou um decreto de intervenção na segurança pública do DF até o fim de janeiro.
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