Ibovespa engata o terceiro avanço seguido e volta ao patamar dos 114 mil pontos; câmbio tem leve variação para cima e encerra sessão a R$ 5,31
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam esta quinta-feira, 23, em alta com o clima positivo nas Bolsas internacionais e pela decisão do Banco Central (BC) em elevar os juros para 6,25% ao ano. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou com alta de 1,6%, aos 114.064 pontos — o terceiro pregão seguido com variação positiva. Os negócios fecharam a véspera com avanço de 1,84%, aos 112.282 pontos. Depois de passar a maior parte da sessão em queda, o dólar passou a oscilar no fim da tarde e fechou o dia com leve alta de 0,1%, cotado a R$ 5,310. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,312, enquanto a mínima não passou de R$ 5,257. A moeda norte-americana encerrou esta quarta-feira, 22, com alta de 0,34%, cotada a R$ 5,304.
Mercados em todo o mundo repercutiram a decisão do BC dos EUA (Fed, na sigla em inglês) em manter a taxa de juros em patamares mínimos, como já era esperado pelos analistas. A autoridade monetária também sinalizou que deve reduzir a compra de R$ 120 bilhões por mês de títulos públicos em meio ao processo de recuperação da economia, mas não deixou claro quando fará esse movimento. “O mercado interpretou de uma forma positiva, entendendo que faz sentido a retirada desses estímulos no curto ou médio prazo, inclusive começando nas próximas reuniões, até o final do ano”, afirma a especialista em ações da Clear Corretora, Pietra Guerra.
No cenário doméstico, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 6,25% ao ano ao acrescentar 1 ponto percentual na taxa básica de juros, e indicou um novo aumento de mesma magnitude na próxima reunião agendada para outubro. O movimento também já era esperado pelo mercado diante do aumento da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que se aproximou de 10% nos 12 meses acumulados em agosto. Instituições financeiras projetam que o BC repetirá o ritmo nas duas últimas reuniões deste ano, levando a Selic para 8,25% ao fim de 2021. Para analistas, o ritmo é condizente com os desafios inflacionários e as incertezas na política fiscal, e busca não trazer um peso excessivo sobre a recuperação da economia em 2022.