– Cerimônia reuniu autoridades, lideranças do cenário acadêmico e jurídico da comunidade local e região, que celebraram o resgate e preservação da memória histórica e cultural da cidade –
Franca foi palco, na noite de quinta-feira, 29 de agosto, de um evento histórico promovido pela Associação dos Amigos da Família Imperial, celebrando os 200 anos da Vila Franca do Imperador e da Constituição Imperial de 1824. A cerimônia reuniu lideranças da comunidade local e do cenário acadêmico e jurídico, que celebraram o resgate e preservação da memória histórica e cultural da cidade.
O advogado Dr. Pedro Cintra Lemos Olivieri, membro da Associação dos Amigos da Família Imperial em Franca e Diretor Administrativo do Clube das Cavalhadas da Franca, abriu o evento com um panorama histórico-jurídico da elevação da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Franca à Vila Franca do Imperador. “Era por bem e por dever trazermos à baila a discussão dos 200 anos da Vila Franca do Imperador. Tivemos a grata honra de receber aqui um professor regente e titular da Universidade de Coimbra, mais precisamente da Faculdade de Direito – Dr. Ibsen Noronha -, que enriqueceu a nossa pequena tertúlia com muita profundidade nesse tema tão caro à nossa sociedade municipal”, afirmou Olivieri.
Mentor e coordenador do evento, ele ressaltou que o jantar não só celebrou a fundação da cidade como também convidou a comunidade a refletir sobre os valores e deveres que moldaram Franca ao longo dos séculos.
Coroou o evento a palestra do Senhor Doutor Ibsen Noronha, professor de História do Direito Luso-Brasileiro na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Noronha defendeu a necessidade de se revitalizar a memória coletiva como forma de preservar a identidade de um povo.
“Um grande filósofo francês dizia que um homem que perde a sua memória perde a sua personalidade. Um povo que perde a sua memória perde a sua personalidade também. É preciso revitalizar sempre a memória, buscando nas raízes elementos do nosso passado que sirvam como referência para o futuro”, declarou.
Noronha também destacou a importância de se basear na documentação histórica original para construir uma narrativa fiel dos acontecimentos, alertando contra os perigos de uma “história de segunda mão”.
O professor elogiou Franca pela preservação de seus arquivos históricos, especialmente os da Cúria Diocesana, e compartilhou sua ligação pessoal com a cidade, revelando que seu pai nasceu em Cristais Paulista, onde a família, já residente em Brasília, passava as férias.
Dr. Pedro Cintra Lemos Olivieri reforçou a importância de manter viva a memória e os valores da cidade, especialmente em um momento crítico como o período eleitoral. “É um momento propício, um momento em que o cidadão precisa refletir sobre seus valores e crenças para votar conscientemente. A glória do passado francano precisa reverberar no futuro deste município, desta cidade”, afirmou Olivieri (Ouça a entrevista dele abaixo).
Ele destacou que a Associação dos Amigos da Família Imperial tem um papel fundamental em relembrar a população das conquistas e dos valores do passado, com o objetivo de inspirar as novas gerações.
O evento foi finalizado com a apresentação de uma placa comemorativa de um momento significativo da história recente de Franca. Há 30 anos, uma palmeira imperial foi plantada no Museu Municipal José Chiachiri em homenagem à visita de Dom Bertrand de Orleans e Bragança, chefe da Casa Imperial do Brasil, que agora será eternizada na placa, que foi uma iniciativa do Clube das Cavalhadas da Franca.
A placa comemorativa foi apresentada pelo Presidente do Clube das Cavalhadas da Franca, Marcus Falleiros, e recebida simbolicamente pelo Dr. Ciro Davino, advogado e liderança monarquista da cidade de São Manoel -SP. Falleiros, em intervenção eloquente, recordou os grandes feitos do Ilmo. Príncipe e da sua influência positiva na sociedade, por ser modelo de cidadão virtuoso.
O colóquio em comemoração aos 200 anos da Vila Franca do Imperador e da Constituição Imperial de 1824 foi um marco para a cidade, reforçando a importância de resgatar e preservar a memória histórica e cultural, não apenas como uma homenagem ao passado, mas como um guia para a construção de um futuro baseado nos valores e nas tradições que moldaram a identidade local.