Após caso de agressão durante debate, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena, afirma que vai manter a candidatura na corrida eleitoral. A informação foi confirmada em nota divulgada à imprensa nesta segunda-feira (16). por outro lado, a campanha do empresário e ex-coach disse que pedirá a cassação da candidatura do ex-apresentador.
A equipe do candidato do PRTB, Pablo Marçal, afirmou que ele precisou ser internado no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista, após ter tido uma fratura nas costelas e um inchaço no braço depois de ser agredido com uma cadeira por Datena durante o debate da TV Cultura.
A assessoria de Marçal destaca que ele foi hospitalizado logo depois do ocorrido, no domingo (16). Vídeos divulgados na internet mostram o momento em que o ex-coach é levado de ambulância. O hospital, no entanto, ainda não divulgou nenhum boletim médico.
A agressão ocorreu ao vivo durante a transmissão quando Pablo Marçal relembrou uma denúncia de assédio sexual contra Datena e perguntou ao candidato quando desistiria da candidatura.
“A gente quer saber que horas você vai parar. Já abandonou entrevista chorando. Você, que é um cara que só fala quando tem uma televisãozinha escrevendo ali, que horas o Datena vai parar com essa palhaçada que ele tá fazendo aqui?”, disse.
Um vídeo publicado em redes sociais da jornalista Monica Bergamo, colunista da BandNews FM, mostra os momentos seguintes à briga. As imagens registram os candidatos sendo separados e trocando ofensas.https://www.instagram.com/p/C_9lgPvND9u/embed/captioned/?cr=1&v=12
O debate voltou ao ar com os outros quatro participantes, que lamentaram o episódio e responsabilizaram tanto Datena quanto Marçal pelo ocorrido.
Datena comenta o ocorrido
Na saída do debate, o candidato do PSDB afirma que “perdeu a cabeça” ao lembrar da morte da sogra por AVCs depois de uma denúncia de um suposto assédio sexual contra ele. Na manhã desta segunda (16), Datena divulgou uma nota sobre o episódio.
Leia na íntegra:
“Não defendo o uso da violência para resolver um conflito. Essa é a regra e sempre a respeitei nos meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem.
Porque torna-se difícil obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente. Infelizmente, foi o que aconteceu na noite deste domingo durante debate promovido pela TV Cultura.
Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto.
Mas, a despeito disso, precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz.
Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade.
As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas.
Usando linguagem de marginais, algo que lhe é tão peculiar, feriu minha honra e maculou minha família, já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo episódio agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário.
Errei, mas de forma alguma me arrependo. Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário.
Espero, com minha atitude, ter mostrado, de uma vez por todas, o risco que a candidatura de Pablo Marçal representa para a integridade das pessoas, para a nossa democracia e para a sobrevivência de milhões de cidadãos que dependem da atuação da prefeitura de São Paulo para ter uma vida menos indigna.
Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado.
Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população.”