O médico ortopedista Laerte Fogaça Souza Filho, suspeito de abusar sexualmente de pelo menos oito mulheres durante consultas médicas, renunciou ao mandato na Câmara dos Vereadores de Ituverava, na região de Franca.
Ele estava afastado do cargo desde junho de 2023, quando virou alvo de uma comissão processante instalada na Câmara e que poderia resultar na perda do mandato.
O suplente do médico, Helenilson dos Reis (PTB), já havia assumido o cargo desde que o processo teve início.
O pedido feito pelo médico na sexta-feira (30) foi lido e aceito pela Câmara na sessão desta terça-feira (4).
O advogado de defesa de Laerte Fogaça, informou que não vai comentar o assunto.
Fogaça chegou a ser preso, mas obteve a liberdade provisória na Justiça em junho.
A revelação dos supostos casos de assédio aconteceu no fim de maio, depois que uma paciente saiu de uma consulta no Hospital dos Canavieiros, em Igarapava, e foi direto para a delegacia. Pelo menos oito mulheres procuraram a polícia e relataram que passaram pelo mesmo tipo de situação.
A mulher disse à polícia que o médico havia passado o pênis ereto nela durante um exame. Ao pesquisar o banco de dados, o delegado identificou que já havia queixas de mulheres contra o especialista em Aramina e em Guaíra, feitas em 2020 e 2022 pelo mesmo motivo.
Segundo a investigação, o médico tinha um padrão para abusar das pacientes.
Fogaça foi preso preventivamente por suspeita de violação sexual mediante fraude. No dia 10 de junho, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu um habeas corpus ao ortopedista e ele saiu da prisão.
A decisão do STJ condicionou a liberdade a medidas cautelares como a suspensão do registro dele no Conselho Regional de Medicina (CRM), o que o impede de exercer a profissão.
O crime de violação sexual mediante fraude tem pena de dois a seis anos de prisão.