O setor de varejo deve ter um 2025 desafiador. Ao menos, é o que prevê a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo a entidade, fatores como juros elevados e inflação pressionada contribuem para um cenário de incerteza. Diante disso, muitas empresas buscam formas de inovar e se destacar em um segmento tão competitivo.
Para 2025, será fundamental que o varejo invista em tecnologia e busque entender profundamente o comportamento do consumidor, diz Ana Del Mar. Ela é CEO da AMar Consultoria, especializada em estratégias de negócios e comunicação.
“O principal desafio é a resistência à mudança, tanto nos profissionais que buscam não sair de sua zona de conforto e ‘arriscar’ fazer diferente como em empresas com estruturas mais tradicionais”, pontua. Para a profissional, outro obstáculo está na resistência ao uso de novas tecnologias, na falta de capacitação das equipes e dificuldade entre integrar canais de venda online e offline.
Dessa forma, Del Mar aponta cinco tendências para o varejo em 2025. Quando bem implementadas, essas inovações criam diferenciação e melhoram a experiência de compra, o que é essencial para fidelizar clientes e ampliar receitas, explica a executiva.
A primeira das tendências é o uso de inteligência artificial (IA), tecnologia vista como essencial para personalizar a experiência do consumidor. Ela é capaz de fazer previsão de demandas, recomendações de produtos e estratégias de precificação dinâmica, otimizando operações e aumentando a satisfação do cliente, afirma.
Um exemplo de recomendação personalizada é quando a IA analisa o histórico de compras do cliente, as buscas feitas no navegador e demais preferências para sugerir um produto que esteja de acordo com o perfil da pessoa ‒ e não um item meramente aleatório.
A segunda tendência apontada por Del Mar é o live shopping, que usa transmissão ao vivo para vender um produto ao mesmo tempo em que o cliente assiste a algum tipo de conteúdo.
“Trata-se de um formato de vendas que combina entretenimento e interatividade, criando um senso de urgência e conectividade que estimula compras em tempo real, especialmente entre públicos mais jovens”, explica. Ações com influenciadores são um exemplo prático de live shopping no varejo.
O renascimento das lojas físicas por meio de experiências imersivas é a terceira tendência descrita por Del Mar. “As lojas físicas não desapareceram, mas estão evoluindo. Espaços que oferecem experiências imersivas e interativas criam um forte apelo emocional e fortalecem o vínculo com a marca”, diz a consultora.
“Destaco, como quarta tendência, a expansão de marketplaces: eles continuam crescendo como pontos de acesso a novos consumidores e canais diversificados, permitindo que marcas menores ganhem visibilidade e escalabilidade”, afirma Del Mar.
Ela recomenda que, além de ter o seu próprio canal de vendas online, as empresas do varejo também busquem se inserir em plataformas de compras de uso geral, a fim de serem encontradas por clientes que até então não as conheciam.
Por fim, há a sustentabilidade, com foco em questões como uso de materiais reaproveitáveis, redução de desperdícios e apoio a iniciativas ambientais. “Consumidores exigem práticas mais éticas e sustentáveis. Empresas que forem transparentes sobre suas cadeias produtivas e impacto ambiental ganham a confiança e a lealdade de um público cada vez mais exigente”, salienta Del Mar.
Trade marketing
Além das cinco tendências principais, a CEO da AMar Consultoria menciona a importância do trade marketing, que ela descreve como “a ponte entre marcas e consumidores, garantindo que produtos estejam no lugar certo, com a comunicação certa e no momento certo”.
“Estratégias bem planejadas otimizam a execução no ponto de venda, criando experiências atrativas e relevantes para o consumidor. Além disso, campanhas promocionais inteligentes e dados de mercado ajudam a impulsionar vendas, reduzir estoques parados e fortalecer o relacionamento”, finaliza.
Para saber mais, basta acessar: https://www.anadelmar.com/