A greve dos auditores da Receita Federal, iniciada em novembro de 2024, segue em andamento. A rotina dos principais portos do país mudou diante da paralisação dos funcionários, fazendo com que muitos não saibam bem como agir diante dessa situação.
A estimativa é que mais de 75 mil remessas de importação e exportação estejam paradas em terminais alfandegários em função da operação.
Segundo Cristiane Fais, CEO da ACCROM Consultoria em Logística Internacional, a exceção no atraso das liberações ocorre apenas com cargas prioritárias, como cargas vivas, medicamentos, frutas, flores e perecíveis.
– “A demora na liberação das cargas ocorre, principalmente, quando os embarques são parametrizados em Canal Vermelho e Canal Cinza – modalidades que precisam da inspeção dos auditores. Nesse caso, os prazos para liberação se estendem, causando prejuízos em cadeia”, explicou a especialista”, explicou a especialista.
Com a greve, os prazos se estendem significativamente.
– “Os prazos durante este período se tornam maiores, o que pode afetar diretamente empresas de importação, já que o cliente normalmente paga antecipadamente pela carga, e assim a parada no porto, além de gerar custos adicionais de logística, também prejudica diretamente o fluxo de caixa das empresas e seus estoques. Adicionalmente, transportadoras e terminais portuários também perdem e os prejuízos se ampliam”, reforçou Cristiane Fais, CEO da ACCROM.
Com os portos cheios, as exportações também são atingidas, já que o fluxo alto nos portos dificulta o desembaraço das cargas, fazendo com que exportadores tenham que deixar a carga em terminais retroportuários para conseguir fazer o desembaraço em tempo.
– “Tem exportador que depende da matéria prima importada para colocar a produção em andamento e poder exportar. Por isso orientamos importadores que, diante da greve, busquem uma assessoria ou operador logístico, para obterem orientação pré-embarque como uma boa classificação fiscal, mitigando erros e diminui as chances de que a carga caia no canal vermelho. Com um trabalho especializado é possível negociar inclusive os valores de armazenagem especiais, como também custos extras com demurrage”, finalizou Cristiane Fais, CEO da ACCROM Consultoria em Logística Internacional.