A Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de Franca, por meio de sua Comissão de Igualdade Racial, ergueu sua voz em repúdio e indignação contra um ato de intolerância religiosa que ocorreu recentemente na cidade de Franca, Estado de São Paulo. O incidente, que afetou um Babalorixá durante uma cerimônia religiosa no dia 26 de janeiro, chocou a comunidade local e despertou preocupações sobre a persistência do preconceito contra religiões de matriz africana e a necessidade de preservar a liberdade constitucional de crença religiosa.
A Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 5º, assegura o direito à liberdade de crença religiosa como um dos pilares fundamentais da democracia brasileira. Este direito não apenas garante a liberdade de praticar a religião de escolha, mas também proíbe qualquer forma de discriminação baseada na crença religiosa de um indivíduo. O Estado brasileiro é laico, o que significa que não adota uma religião oficial e deve garantir a igualdade de tratamento a todas as religiões e crenças.
No entanto, incidentes como o ocorrido em Franca ressaltam a persistência do preconceito e da intolerância religiosa, especialmente contra religiões de matriz africana, que são compostas, em sua maioria, por pessoas negras. Este preconceito é, em grande parte, reforçado pelo racismo estrutural presente na sociedade, que perpetua estereótipos e discriminação contra grupos étnicos e culturas de origem africana.
A Comissão de Igualdade Racial da OAB Franca enfatiza que é crucial combater esse tipo de discriminação em todas as suas formas, promovendo o respeito à diversidade religiosa e étnica. A manifestação de instituições como a OAB desempenha um papel essencial nesse processo, ao chamar a atenção para casos de intolerância religiosa e destacar a importância de respeitar a liberdade de crença de todos os cidadãos.
O caso em Franca serve como um lembrete de que a promoção da igualdade racial e religiosa é um esforço contínuo e que a sociedade deve se unir para condenar atos de intolerância e discriminação, independentemente de sua natureza. É essencial que as instituições e a comunidade em geral continuem a trabalhar juntas para construir uma sociedade mais justa, inclusiva e respeitosa com todas as crenças e culturas.