Durante a pandemia da Covid-19, os governos em todo o mundo enfrentaram a crise de fechar o comércio e estabelecer medidas de segurança, somando ao estresse sobre os sistemas de saúde e a dúvida de permanecer a economia ativa e aberta. Além de que cabia as pessoas decidir respeitar ou não respeitar.
Um estudo da Florida Atlantic University desbravou o impacto do comportamento humano no controle de doenças semelhantes à influenza, com foco no impacto econômico. Necibe Tuncer, autor do estudo e professor associado do Departamento de Ciências Matemáticas, e colaboradores da Universidade da Flórida são os primeiros a apresentar uma nova estrutura matemática para estudar a interação entre doenças infecciosas, comportamento humano e crescimento econômico.
Sendo assim, exploraram a interação entre doenças infecciosas que podem ser controladas por meio de intervenções não farmacêuticas – especificamente o distanciamento social, como a Covid-19 – e a resposta humana a com os impactos no crescimento econômico.
Os pesquisadores introduziram dois modelos: um comportamento associado a doença humana para estudar o impacto de distanciamento social e um modelo de comportamento doença humana juntamente com um componente econômico para estudar a interação entre doenças infecciosas.
Os resultados da pesquisa revelam que a eliminação da doença da Covid-19 pode ser sim possível. Segundo com o primeiro modelo, é possível se toda a população praticar o distanciamento social completo. Já o segundo modelo, destacou o papel da economia.
Então, se a economia for mais fraca do que as normas sociais, a eliminação da doença só será possível se toda a população praticar o distanciamento social total. Por outro lado, se a economia é mais forte do que as normas sociais, a eliminação da Covid-19 é possível com alguma parcela da população praticando o distanciamento social completo em detrimento da economia.
“A falta de perspectiva econômica foi identificada como uma séria desvantagem dos vários modelos matemáticos que surgiram desde o início da pandemia”, disse Tuncer.
De acordo com ele, “a questão é tão importante que tem motivado alguns estudos preliminares com discussão matemática limitada, que é o que nos inspirou a desenvolver nossos modelos, que combinam epidemiológica, teoria evolutiva dos jogos e perspectivas socioeconômicas em um único quadro.”
- O primeiro modelo pode ter cinco tipos diferentes de equilíbrios: um equilíbrio livre de doenças e de distanciamento social; um equilíbrio de total distanciamento social livre de doenças; e um nível intermediário de total distanciamento social.
- O segundo modelo de distanciamento social com um compartimento econômico tem 10 equilíbrios possíveis. O modelo econômico, baseado no modelo de crescimento econômico neoclássico, enfatiza as relações estruturais entre diferentes fatores de produção, como capital (por exemplo, equipamentos, infraestrutura, educação, saúde, entre outros), trabalho e produtividade econômica.
Especificamente, o modelo de crescimento neoclássico descreve a mudança no capital com o tempo de acordo com a equação.
“Como essa interdependência entre doenças e atividades econômicas não se limita ao COVID-19, nossos novos modelos levam a novas dinâmicas, novos insights na interface doença-comportamento humano-economia e novas conclusões”, disse Tuncer.
Fonte: Medical Xpress