O presidente do PSD, Gilberto Kassab, também endossou a discussão acerca do impeachment de Jair Bolsonaro após as falas golpistas desta terça. “Parece que as condições estão criadas” para a análise de um pedido de impedimento do presidente, afirmou à rede CNN.
Kassab é um dos principais fiéis da balança no jogo de poder de Brasília hoje. Para ele, Bolsonaro precisa ser submetido ao processo “caso descumpra” alguma ordem judicial do ministro Alexandre de Moraes, como prometeu nesta terça.
O presidente do PSD afirma que o tempo para um processo de impeachment, exíguo até a eleição, não pode ser uma barreira. “Paciência”, afirmou, dizendo esperar que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vá ter “bom senso” sobre a questão -ele é quem acata ou não pedidos de impedimento do mandatário máximo.
Kassab rompeu há um certo tempo com o governo, e vem em público trabalhando pelo nome de Rodrigo Pacheco (DEM-MG, de malas prontas para o seu PSD) para 2022. Para ele, o presidente do Senado é o nome ideal para encarnar a dita terceira via e ocupar a centro-direita na disputa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Alguns de seus aliados, por outro lado, acreditam que o ex-prefeito paulistano trabalha Pacheco de olho numa composição com Lula, que tem feito um intenso trabalho de bastidor com antigos colaboradores de governos petistas no centro e no centrão.
Seja como for, Kassab dá peso à discussão aberta pelo PSDB e acompanhada por líderes partidários acerca do limite retórico rompido por Bolsonaro nesta terça, o que não é boa notícia para o presidente.