“Maria Flor, a última ararinha-azul”, do escritor Xico Farias, aborda preservação da natureza, a vida do sertanejo e cultura do nordeste
Maria Flor é a personagem da obra do escritor Xico Farias, representada pela última ararinha-azul que restou. Em pleno sertão brasileiro, na cidade fictícia de Assaré do Alto, luta contra os traficantes de animais silvestres e a extinção de sua própria existência. Apesar do cenário crítico, a personagem sonha em conhecer outros de sua espécie e alguém com quem possa se apaixonar e construir uma família, portanto, escreve cartas para diversos lugares nesta procura. Este é o enredo do livro “Maria Flor, a última ararinha-azul”.
Com uma linguagem acessível para leitores a partir de 10 anos de idade, o escritor aproveita para retratar não somente a ararinha-azul, mas também outros animais da fauna nordestina, como: seriema, cardeal-do-nordeste, cutia e tatupeba. Além disso, Xico explora na trama a preservação da natureza, a vida do sertanejo e a cultura do nordeste.
“Eu tenho uma relação de amor, de cuidado e de respeito com a natureza. Gosto de sempre que possível dar consciência principalmente às crianças da importância com o cuidado com o meio ambiente. Acho importante mostrar que pequenas ações do nosso dia a dia fazem a diferença, um lixo que você descarta de maneira adequada, já é um grande ganho para a natureza, um grande ganho principalmente para nós que fazemos parte dela também”, relata Xico.
Segundo ele, com o livro pretende que esses jovens leitores percebam a importância de ficarem atentos aos cuidados com a natureza, com os animais e ao respeito com os povos de outras regiões.
“Os pais são os grandes fomentadores de consciência e conscientização dos seus filhos […] acho que a literatura e as artes como um todo são ferramentas importantes nessa conscientização, assim como os professores são importantíssimos nesse trabalho de incentivar os jovens a lerem e se informarem”, enfatiza o escritor.
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Conheça um pouco sobre os animais presentes no livro
Ararinha-azul:
A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) é uma espécie que pertence ao grupo dos psitacídeos, mesma família de papagaios e periquitos. O animal possui aproximadamente 57 cm e alimenta-se de frutos e algumas sementes.
De acordo com a lista vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), é uma espécie considerada extinta desde o ano de 2002. Acredita-se que isso ocorreu principalmente pelo tráfego de animais e destruição da caatinga pelo desmatamento e queimadas.
Araras e ararinhas: não confunda!
No entanto, no ano de 2020 cinco fêmeas e três machos que faziam parte de um grupo de 52 aves trazidas de um criadouro da Alemanha vieram para o Brasil com o objetivo de reintroduzir a espécie na natureza. E a segunda vez ocorreu em dezembro de 2022, em que outras doze ararinhas-azuis foram soltas na zona rural de Curaçá (BA).
Seriema
Comum em cerrados, campos sujos e pastagens, andam pelo chão aos pares ou em pequenos bandos. A alimentação da seriema é composta por gafanhotos e outros artrópodes, roedores e outros animais pequenos.
A ave possui um canto marcante que pode ser ouvido a mais de 1 quilômetro. O som se parece com uma risada e pode permanecer gritando por vários minutos a fio.
Cardeal-do-nordeste
O cardeal-do-nordeste (Paroaria dominicana), também conhecido como galo-da-campina é uma ave da família Emberizidae, grupo dos cardeais. Alimenta-se de sementes, bagas, insetos e bambus.
Durante a reprodução vive estritamente aos casais, sendo extremamente fiéis a um território, defendido pelo macho. Na região da caatinga nordestina só se reproduz uma vez no ano, no período chuvoso.
Cutia
As cutias fazem parte do grupo de roedores de pequeno porte que pertencem ao gênero Dasyprocta. Vivem em lugares úmidos apropriados, em baixas altitudes, em florestas secas decíduas e verdes.
Em função do hábito de procurar e esconder sementes (a atividade de farejar e comer ocupa, em média, mais de 50% de seu tempo), são consideradas importantes dispersoras de espécies vegetais.
Tatupeba
O tatupeba (Euphractus sexcinctus) é conhecido também pelos nomes populares de: tatupoiú, tatu-cascudo, tatu-de-mão-amarela, papa-defunto, peba e peludo.
A espécie tem hábitos diurnos e são animais tímidos. Ao se sentirem ameaçados, em geral, correm para escapar de predadores, mas podem ser agressivos com membros da própria espécie.
Fonte: g1