Vira-lata Resistência foi adotada por Janja Silva, esposa de Lula, quando o petista estava preso em Curitiba em 2018; ela subiu a rampa ao lado de Lula (PT) em 1º de janeiro. Jair Bolsonaro teve seis cachorros no gramado da casa oficial do presidente.
A vira-lata Resistência que acompanhou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na caminhada pela rampa do Palácio do Planalto no dia 1º de janeiro de 2023, em Brasília, vai deixar a capital paulista para morar com Lula e sua mulher Rosângela Silva, a Janja, no Palácio da Alvorada. Além dela, o casal tem a cadela de estimação batizada de Paris.
Mas a cachorrinha que tem chamado a atenção nas redes sociais por participar da posse presidencial não será o primeiro animal de estimação a viver na residência oficial do presidente da República.
Os gramados da casa oficial já tiveram outros cachorros que também repercutiram. Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, teve seis diferentes cachorros no Palácio da Alvorada. Um deles foi Augusto Bolsonaro, adotado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro após ser resgatado nos fundos do Palácio do Planalto em 2020. Porém, ele já tinha dono e foi devolvido.
Michel Temer (MDB) tinha dois pets. Um deles até fez com que a então primeira-dama Marcela Temer entrasse em uma lagoa do Palácio do Alvorada para resgatar o cachorro da família chamado Picoly, da raça Jack Russel.
Dilma Rousseff (PT) chegou a ganhar um labrador do ex-ministro José Dirceu e a morte dele após seu impeachment precisou ser explicada por meio de nota oficial. Veja mais abaixo:
Faísca, Theo, Bartô, Nestor, Alvorinha e Augusto Bolsonaro
Os animais de estimação do presidente Jair Bolsonaro e da primeira-dama Michelle Bolsonaro têm perfil oficial no Instagram chamado Clube 20 patas, que é administrado por Michelle.
No perfil tem imagens dos cinco pets: os vira-latas Faísca, Bartô, Nestor, Alvorinha e um shih-tzu chamado Theo.
Nestor foi um dos animais que ficou conhecido após aparecer no colo de Bolsonaro, em setembro de 2020, quando a lei com pena maior de até cinco anos , maus-tratos contra cães e gatos foi sancionada em uma cerimônia com ministros no Palácio do Planalto.
Outro cachorro que ganhou repercussão foi um pastor-maremano, adotado por Michelle Bolsonaro após ser resgatado nos fundos do Palácio do Planalto, em Brasília, no dia 18 de junho de 2020.
O animal, que originalmente se chamava Zeus, chegou a ganhar o nome de Augusto Bolsonaro e um perfil no Instagram. “Minha mamãe é a Michelle Bolsonaro e minhas irmãs são Letícia e Laura”, dizia a descrição na rede social.
Segundo a primeira-dama, um funcionário do palácio cuidou do animal e chegou a levá-lo para casa. Como o funcionário não tinha condições de ficar com o cachorro, a família Bolsonaro o adotou.
Contudo, ele tinha dono. O tutor Nagib Lima o reconheceu pela mídia e o reencontro foi feito no Palácio do Planalto.
Na rede social, Michelle Bolsonaro disse que o cão está marcado no coração da família e dos funcionários que tiveram contato com ele.
Picoly e Thor
Michel Temer também teve dois animais de estimação pelo Palácio da Alvorada: Picoly, da raça Jack Russel, e Thor, um Golden Retriever.
Thor repercutiu após aparecer em uma imagem publicada por Temer nas redes sociais em outubro de 2017. O “semblante” triste do pet chamou a atenção de internautas e virou até meme. No perfil do Instagram de Temer, a foto teve até os comentários fechados.
Já Picoly repercutiu em 2018 por entrar em uma lagoa do Palácio da Alvorada e não conseguir sair, o que fez com que a primeira-dama Marcela Temer pulasse de roupa para resgatá-lo.
O episódio ocorreu no dia 22 de abril, quando Marcela fazia uma caminhada pelo palácio. De acordo com a assessoria da primeira-dama, Picoly pertence à família desde 2016 e é um dos mascotes de Michelzinho, o filho de Marcela com o presidente Temer.
A primeira-dama, segundo a assessoria, decidiu se jogar na água para resgatar o animal quando percebeu que Picoly tinha entrado na lagoa, mas não conseguia sair.
O caso ainda resultou no afastamento de uma servidora que, segundo a assessoria, atuava na segurança da primeira-dama, mas não auxiliou Marcela no resgate.
Nego
A ex-presidente Dilma Rousseff foi adepta a ter três animais de estimação na casa oficial. Um deles, chamado Nego e herdado do ex-ministro José Dirceu, chegou a participar de propaganda eleitoral durante a campanha de 2010 e morreu em 2016.
A morte de Nego chegou a repercutir porque ele foi sacrificado. Na época, em nota publicada em seu site, Dilma contou que o cachorro era “portador de mielopatia degenerativa canina e teve seu sofrimento abreviado”.
“Há dois meses, o médico recomendou que fosse abreviado o sofrimento do cão, um dos prediletos de Dilma. Relutante, ela adiou a decisão até pouco antes de deixar o Palácio da Alvorada, na semana passada, e mudar-se para Porto Alegre”, dizia a nota.
Mielopatia degenerativa é uma doença progressiva crônica que atinge a medula espinhal dos cães. Ela costuma atingir cachorros de grande porte em idade avançada e não tem cura.
Em 2012, Dilma ganhou de uma eleitora, no Palácio do Planalto, um filhote de labrador. A cearense Márcia Vieira Diógenes viajou para Brasília especialmente para entregar o cachorro para a presidente.
A assessoria de imprensa do Planalto afirmou, na época, que Dilma adotaria o animal e que ele passaria a morar com os outros dois cachorros da presidente na residência oficial da Granja do Torto.
Resistência
A vira-lata Resistência, de 4 anos, foi adotada pela futura primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, quando Lula esteve preso em Curitiba, em 2018.
Resistência chegou a ficar 580 dias com militantes na “Vigília Lula Livre”, acampamento que foi feito ao lado da sede da Polícia Federal de Curitiba, até que foi levada para a casa de Janja. Até então, ela estava morando com o casal presidencial na capital paulista.
Em dezembro de 2019, o perfil de Lula fez uma publicação no Facebook contando a história da vira-lata, que se tornou a primeira mascote do então Acampamento Lula Livre.
“Chovia e fazia menos de 15 graus quando uma pequena vira-lata preta cruzou a tumultuada Via Rápida do bairro Santa Cândida, um dos mais altos e mais gelados de Curitiba. Desviando entre os carros e assustada pelo barulho das buzinas, a pequena filhote tremia e se encolhia quando dois homens que passavam pelo local finalmente a acolheram”.
“Era abril de 2018 e os dois não eram dali. Marquinho e Cabelo, metalúrgicos de São Bernardo do Campo, não pensaram duas vezes e, assim, a cachorrinha batizada de Resistência tornou-se a primeira mascote do então Acampamento Lula Livre. A pequena Resistência, com pouco mais de dois meses de vida, passou a emprestar calor e alegria aos novos moradores da capital do Paraná”.
Ainda conforme a publicação, a cadela foi caindo nas graças de toda a vigília e passeava por todo acampamento.
“Abrigada por uma bandeirinha do PT, a cachorrinha comunitária passeava por todo acampamento. Latia e rosnava para quem ameaçava hostilizar o local, tirava foto com artistas e lideranças que se somavam à Vigília, até o dia em que adoeceu e precisou ser internada. Na Vigília, diziam que a vira-lata refletia o humor das coisas, o estado de humor da resistência como um todo”.
Fonte: globo