Uma caçada sem tréguas está sendo feita por policiais civis e militares de Franca à quadrilha que invadiu uma fazenda na Rodovia Rionegro e Solimões, e matou o sub-tenente do Corpo de Bombeiros de Franca, Ricardo Luis Falqueto, a tiros, na madrugada deste domingo, dia 27.
Logo após executarem o policial militar, os bandidos teriam abandonado o caminhão, uma caminhonete Montana, e dois carros na fazenda, para se embrenharem numa mata existente ao lado da propriedade rural. Eles estariam cercados na mata. A polícia utiliza viaturas, cães farejadores e até o helicóptero Águia na caçada.
Apesar de todo o empenho policial, até o fechamento desta matéria, ninguém havia sido preso.
Em entrevista exclusiva ao repórter Alexandre Silva, do portal e rádio FNT, o delegado David Abmael Davi, que chefiou os policiais civis durante a ocorrência, descreveu, com riqueza de detalhes, a tentativa de roubo que resultou na morte do PM.
“Chegando ao local, no município de Restinga, várias marcas de tiros no veículo e o policial já estava lá morto, apresentando um ou dois tiros nas duas pernas e um tiro na cabeça. Conversamos com moradores da fazenda e eles disseram que os bandidos chegaram em torno de 15 bandidos, carregaram um caminhão que os bandidos levaram, renderam 10 pessoas que foram trancadas em um cômodo, e, quando estavam de saída, chegaram o policial e um amigo que estava dirigindo o carro. Assim que chegaram onde moram os colonos, foram recebidos à bala. Segundo o amigo dele (Ricardo), o policial efetuou 2 disparos mas foi logo atingido assim que desceu do carro. O amigo não estava armado, não foi atingido mas, acabou agredido pelos bandidos, e só não foi morto porque não é policial”.
Segundo o delegado, além do caminhão, os bandidos abandonaram uma Montana no local. Eles ainda estavam levando 3 carros das vítimas, mas fugiram a pé, embrenhando-se numa mata fechada, o que dificultou a ação policial.
O caminhão carregado de agrotóxicos foi abandonado a 300 metros da fazenda. Não há queixa de furto do veículo. Os bandidos levaram a arma, a carteira e o celular do sub-tenente.
Para o delegado Davi, a polícia está lidando com bandidos experientes. “ Não são pessoas novatas no crime. Inclusive pela índole, pela forma com que ele (provavelmente o chefe da quadrilha) falava. Depois que ele acabou de matar o policial ele disse aos reféns ‘tá vendo o que a gente faz com policial? A gente mata’. Ele estava se vangloriando de ter matado o policial”.
O caso foi registrado como roubo seguido de morte, uma qualificadora que agrava e muito a pena para os autores, segundo o delegado. O amigo do sub-tenente Falqueto teria sido espancado pelos bandidos, a socos e coronhadas, principalmente no rosto.
Apesar do cerco e da varredura na mata, o delegado Davi acredita que os ladrões conseguiram executar o plano de fuga. “A mata está cercada, apesar de muito grande, densa. Certamente, eles tinham apoio para fuga. Pela forma com que eles agiram, estavam, tanto preparados para realizar (o crime) e também para fugir”. OUÇA O DELEGADO DAVI