Desde a noite deste domingo (30), após a derrota eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), produtores rurais e caminhoneiros realizam manifestações e interditam rodovias pelo país. Eles pedem a intervenção do Exército.
Um relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com dados até as 12h30, enviado a representantes do setor de transportes e obtido pelo Estadão, indica 111 pontos de protestos em rodovias federais de 17 Estados. São 29 bloqueios totais, 71 interdições, com interrupção parcial do trânsito, e 11 pontos de concentração, com manifestantes fora da rodovia. No balanço, a PRF aponta “populares” como responsáveis pelos atos na maioria dos pontos, enquanto em outros são citados “caminhoneiros” e “movimentos sociais”.
Os Estados em que há protestos nas rodovias, segundo a PRF, são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Pará, Goiás, São Paulo, Espírito Santo, Amazonas, Roraima, Rio Grande do Norte, Alagoas e Acre.
“A PRF segue atenta, monitorando todas as ocorrências e com efetivo empregado na tarefa de garantir fluxo viário normal a todos os cidadãos”, disse a polícia, em nota.
Santa Catarina
A concessionária Arteris confirmou que caminhoneiros bloqueiam as duas rodovias federais administradas por ela em SC. Na BR-101, a paralisação provoca lentidão de até 13 quilômetros. Já na BR 116, o protesto ocorre no km 7 de Mafra e gera filas de até 7 quilômetros.
Na BR-101, há quatro pontos de bloqueio que impedem o tráfego nos dois sentidos da rodovia, tanto em direção a Porto Alegre, quanto a caminho de Curitiba. Na altura do km 24,5, em Joinville, as manifestações provocam filas de 5 quilômetros. Em Palhoça, no km 216, e em Itajaí, no km 116, as filas chegam a 3 quilômetros. No sentido Porto Alegre, caminhoneiros também bloqueiam o km 5, em Garuva, onde há o maior ponto de lentidão, com 13 quilômetros.
Segundo a companhia, a PRF conduz as negociações com os manifestantes e, caso solicite apoio operacional, a Arteris pode estruturar uma rota alternativa para desvios. O diretor da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), Carlos Alberto Litti Dahmer, afirmou que “o que estamos vivenciando é uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos“.