O ano era 1987 e o nome da escola era Mário D’Elia me lembro de um ambiente bastante verde, muitas árvores, gramado e flores de diversos tipos, merendas deliciosas preparadas com tanto amor atraiam filas imensas na hora do lanche, mas valia a pena esperar para sentir o sabor e matar a fome.
No ensino médio (no segundo colegial era assim que se chamava) decidi estudar a noite para conciliar com o trabalho que eu também desejava, para isso acontecer precisei mudar de escola e depois de dez anos fui para uma escola maior, no centro da cidade chamada Torquato Caleiro.
Tenho muito carinho pelas escolas públicas que passei durante minha fase escolar, no Torquato Caleiro tudo era muito diferente as pessoas eram apressadas e os professores pareciam cansados, talvez pelas escadarias imensas que enfrentávamos para chegar até a sala de aula.
Naquela época todo ambiente escolar era harmônico, alegre e aberto ao público, quase não havia grades, trancas, interfones nem câmeras para qualquer tipo de observação, tínhamos muito respeito pelos nossos professores até mesmo um certo medo deles, eles eram a autoridade dentro da sala.
Terminado o ensino médio fiquei por um tempo fora da escola, apesar do desejo, eu nem sabia como poderia ingressar na faculdade, não tive nenhum incentivo e pouco se ouvia falar de programas do governo.
Por esforços próprios e conversando com a mãe de uma amiga soube da existência de cursos técnicos profissionalizantes grátis na “Doutor Júlio Cardoso” me lembro da concorrência e da alegria de contemplar a vaga por meio de um Vestibulinho bastante concorrido. Neste local estudei por três anos fiz dois cursos: secretariado e contabilidade.
Ao término destes fiquei onze anos fora do ambiente de ensino, nesse período me casei e cuidei de outros projetos, mas o sonho da faculdade permanecia adormecido, por diversas vezes chegava a sonhar que estava na faculdade, na sala de aula com meus amigos da infância.
Finalmente em 2009 quando eu tinha 29 anos sem pensar como seria prestei vestibular e ingressei na UNIFACEF, cursei Administração de Empresas e fui bolsista do Programa Adote um Universitário, um programa municipal na qual uma empresa pagava a metade do valor da mensalidade.
Nos primeiros meses, meu universo se abriu, os professores falavam das diversas possibilidades de atividades profissionais entre elas o funcionalismo público e optei por tentar a estabilidade do emprego público. Me lembro de ter sido atraída pelo mérito de me tornar concursada, pois por diversas vezes perdi excelentes oportunidades de emprego para indicações e apadrinhamentos.
Depois de concursada e por força do destino fui trabalhar em uma escola do ensino infantil e fundamental, “EMEB Professor Paulo Freire”, lá pude conhecer o Programa Universidade Aberta do Brasil e pude fazer ao terminar a graduação uma pós em Gestão Pública pela UFSCAR e assim conheci um pouco mais das políticas públicas governamentais.
Tive o privilégio de iniciar meus estudos no Colégio Champagnat com a Professora Eliane Negreli, deixei essa parte por último, porque foi lá onde tudo começou e hoje entendo a importância de cada professor na vida de seu aluno, pois a profissão vai além de educar, são os professores que plantam, cultivam e nos ajudam a alcançar sonhos e eu muito devo a todos os mestres que me fizeram acreditar na minha capacidade e me fizeram trilhar caminhos da qual eu jamais imaginei.
Cultivo muito amor pela educação e admiração pelos professores. Nesse dia dos professores deixo registrado aqui meu muito obrigada!