A ONG Fênix, idealizadora da Parada do Orgulho pelos direitos LGBTQIAP+ em suas primeiras 6 edições na cidade de Franca que atua a mais de 20 anos na cidade pelos direitos da comunidade, vem a público expressar sua preocupação com a 10.ª Parada do Orgulho LGBTQIAP+ de Franca que será realizada no próximo domingo dia 24 de julho em frente ao Parque Fernando Costa.
A nota oficial enviada pela diretoria da ONG Fênix ao Portal Fato No Ato consta abaixo as informações de esclarecimento público. O Fato No Ato deixará também para os leitores, após a nota, as fontes oficiais e originais de todas situações descritas nesse esclarecimento de modo a manter sempre a excelência na transparência e informar com exatidão nossos leitores.
NOTA DE PREOCUPAÇÃO: ”Com a divulgação das atrações que estarão presentes, ficamos preocupados com a segurança da parada, que já foi palco de um dos episódios mais trágicos da história da comunidade LGBTQIAP+ francana, o assassinato de Eliane durante a edição da Parada LGBTQIAP+ de 2012, acontecimento trágico que provocou inclusive uma paralisação da realização da parada pelos próximos 6 anos. Após isso em 2018 houve a deflagração da Operação da Polícia Federal Fada Madrinha, da qual escancarou o tráfico internacional de pessoas transsexuais e travestis, que tinha atuação em Franca. A tragédia estampou os principais sites de notícias do país sendo destaque em programas em rede nacional como o ”Fantástico” da Rede Globo. Este foi o maior caso de pessoas submetidas a trabalhos análogos a escravidão. Com tudo isso, precisamos refletir sobre escolhas feitas e sobre o risco que se expõe o público e a própria comunidade. Também queremos pontuar a falta da inclusão de artistas da cidade que tiveram sua arte submetida em análise através de cadastros sem obter respostas, artistas da comunidade com expressão e representatividade, com denúncias de boicote por conta de participação destes em outros eventos do movimento LGBTQIAP+. Precisamos valorizar nossos artistas e nossas lideranças, apesar das diferenças, estamos todes lutando por uma mesma causa. É inaceitável que pessoas da comunidade recebam ameaças para que nem compareçam ao evento, ameaças públicas da própria organização. Isso é lamentável. Por fim queremos tratar sobre a falta de organizações, coletivos e entidades locais no processo de formação da edição desse ano. Entre todos os apoios, não identificamos nenhum da cidade, isso é preocupante. Sugerimos a criação de um Comitê Organizador da Parada do Orgulho de Franca, eleito por votação pública, com representantes de todas as organizações do movimento em Franca já para o ano de 2023. Acreditamos que assim tenhamos mais transparência e representatividade de ideias na construção da parada, afinal, juntes somos mais forte. Queremos expressar nossa felicidade em ver um dos fundadores da parada e da ONG Fênix sendo homenageado esse ano. Esperamos que com essa nota possamos atingir um maior diálogo com a comissão organizadora atual para a parada e assim fortalecer o movimento, já que todes somos importantes, e estamos com o mesmo objetivo”. Franca, 20 de julho de 2022 ONG Fênix Franca.
A nota enviada conta com a assinatura de todos membros e diretoria atual da ONG Fênix Franca.
Você pode conferir todos os detalhes da Operação Fada Madrinha, no site do G1: https://shre.ink/m7cu
Confira também os detalhes sobre o assassinato de Eliane na Parada LGBTQIAP+ de Franca em 2012, clicando aqui: https://shre.ink/m7ie
Também foi enviado ao Portal Fato No Ato o link da Operação Gaeco em Franca que retrata a falta de transparência e a importância de um comitê organizador contendo apoio de todos coletivos e ONGs da cidade na organização da Parada LGBTQIAP+, você confere aqui: https://shre.ink/m7Fc
Você também pode conferir a reportagem sobre a Operação Fada Madrinha aqui: