A Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Coronavírus da Câmara Municipal de Franca realizou mais uma rodada de oitivas na manhã de hoje, 24. Dessa vez, foram ouvidos a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Marina Guedes de Freitas, e o secretário municipal de Saúde, Lucas Souza.
Marcaram presença os vereadores Donizete da Farmácia (MDB), o presidente da comissão; Carlinho Petrópolis Farmácia (PL), o vice-presidente; e os membros Gilson Pelizaro (PT), Marcelo Tidy (DEM), Lurdinha Granzotte (PSL) e Daniel Bassi (PSDB), além de funcionários da Casa de Leis.
Marina foi a primeira a fazer uso da palavra. Ela iniciou comentando não haver precedentes para uma pandemia como a da covid-19, e que os moldes da campanha de vacinação contra o vírus também nunca foram vistos antes. Quanto ao protocolo da gripe, ele foi utilizado apenas para registrar os imunizados no sistema.
A enfermeira, que não se declarou uma gestora da Vigilância, explicou que, para o órgão, a sobra técnica (também chamada de xepa) de vacinas direcionadas a idosos não poderiam ser destinadas a profissionais de saúde. Contudo, a orientação é não desperdiçar nenhuma dose.
Segundo ela, esses idosos que receberam a xepa foram aqueles que demonstraram interesse, numa demanda espontânea, ligando ou indo diretamente à sede da Vigilância. Além desses, também se beneficiaram francanos com mais de 60 anos que estavam acamados e em penitenciárias. “Em último caso, as pessoas de dentro [da Vigilância] indicavam indivíduos dentro da faixa etária para receber as vacinas. Perdemos algumas doses por não encontrar pessoas aptas a serem vacinadas”, explicou Marina, que admitiu ter imunizado dois parentes seus, de 87 e 86 anos, antes do cronograma municipal. As doses foram aplicadas por volta das 21h, pouco antes de perderem a validade.
Ela acrescentou ter conhecimento de sobras técnicas aplicadas nas próprias UBS (Unidades Básicas de Saúde) no início da campanha, mas não soube dizer quem foi privilegiado com tais doses – apenas que eram cidadãos pertencentes aos grupos prioritários (profissionais da saúde e idosos). O procedimento correto é que a xepa retorne à Vigilância.
A profissional se queixou da equipe reduzida do seu órgão, o que, de acordo com ela, impediu que fosse montada uma lista de espera oficial para a aplicação ordenada da xepa. “Desde o ano passado, a Vigilância Epidemiológica está sobrecarregada, trabalhando a rodo. Fazemos de tudo, desde os boletins da pandemia até as senhas para os drive-thrus”, informou.
Bruno Piola – Diretor de Comunicação Institucional Câmara Municipal de Franca