Mais uma tragédia foi registrada no Lago de Furnas, em Capitólio, na noite desse sábado (18): duas pessoas morreram afogadas em um acidente envolvendo uma embarcação na cidade do Sul de Minas. A Associação Pública dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (AMEG), que divulgou as informações sobre o acidente, se solidariza com amigos e familiares das vítimas.
De acordo com informações iniciais, tudo começou quando uma lancha com 14 pessoas a bordo apresentou problemas mecânicos. Elas pediram a ajuda de outra embarcação, uma chalana que estava próxima, para o resgate dos passageiros.
A chalana, com 10 pessoas a bordo, foi ao encontro da lancha. Mas, no momento da transferência dos passageiros, a embarcação não suportou o peso e virou. Pelo menos duas vítimas – uma mulher de Paraguaçu, Sul de Minas, e um homem de Guarulhos, São Paulo – não conseguiram sair de baixo da chalana e se afogaram.
Ainda segundo a AMEG, os marinheiros tentaram reanimar as duas vítimas até a chegada do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que confirmou os óbitos. Os outros passageiros sofreram apenas ferimentos leves.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou, neste domingo (19), que não foi acionado para a ocorrência.
Prefeito de Capitólio lamenta
Ao saber do acidente, o prefeito de Capitólio, Cristiano Silva, junto de integrantes da Secretaria Municipal de Saúde, foram até o local da ocorrência. Lá, eles prestaram auxílio às vítimas e acompanharam os trabalhos do SAMU, da Marinha do Brasil e da perícia técnica da Polícia Civil.
“Nosso respeito as famílias enlutadas neste acidente. Temos trabalhado constantemente para aumentar a segurança na região. Todas as embarcações são obrigadas a fornecer coletes salva-vidas em número suficiente para todos os passageiros e tripulação”, lamentou o prefeito. De acordo com Silva, no momento do acidente, vários passageiros usavam o colete.
Volta do turismo
A liberação das visitas náuticas parciais nos cânions do Lago de Furnas, em Capitólio, começou a ser retomada gradualmente nos últimos meses. A visitação voltou a ser permitida no dia 30 de março, quase três meses após a tragédia que matou 10 pessoas.
Logo no início da retomada, o movimento ainda era pequeno, com cerca de 80 grupos por dia. Esse controle do número de pessoas não era feito antes do acidente e, por conta disso, não é possível fazer comparações, segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucas Arantes Barros.
“É preciso levar em conta que muitos fatores impactam o turismo, como a situação econômica, o preço do combustível, a estação do ano… Após tanto tempo, o movimento até que foi bom para um primeiro fim de semana. Principalmente considerando que era fim de mês”, ponderou Lucas Arantes.
Um dos membros da diretoria da Ascatur (Associação dos Empresários de Turismo de Capitólio), Vitor Vasconcelos diz que as medidas de segurança adotadas após o acidente têm sido bem aceitas pelos visitantes e por quem trabalha com turismo.
Novas regras
O decreto publicado pela prefeitura de Capitólio a respeito da liberação das visitas aos cânions estabelece que o retorno das embarcações deve ocorrer de forma controlada. Todos os limites e faixas de segurança devem estar sinalizados.
Além disso, no percurso delimitado identificado como Trecho 1, poderão entrar, no máximo, quatro embarcações por vez. Já o chamado Trecho 2 só poderá ser acessado por uma embarcação por vez – não sendo permitida nenhuma parada neste percurso.
De acordo com as estipulações feitas pelas autoridades locais, os barcos terão que respeitar uma distância mínima dos paredões. Todos os passageiros devem assinar um termo de consentimento contendo orientações sobre as novas regras de visitação. Dentre elas, está o uso obrigatório de coletes salva vidas e de capacetes.
Ainda segundo as regras, embarcações de mais de 32 pés não podem acessar os cânions, e as demais, não podem exceder 3 nós de velocidade. Conforme informado pela prefeitura, as medidas seguem recomendações apresentadas pelos estudos geológicos realizados depois da tragédia e pela Polícia Civil.
Sofia Leão/ BHAZ