Indicador de Incerteza da Economia subiu entre abril e maio para 115,9 pontos.
A inflação em alta foi “protagonista” no avanço de 1 ponto no Indicador de Incerteza da Economia – Brasil (IIE-Br), entre abril e maio para 115,9 pontos, divulgado nesta terça-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
A observação partiu da economista da fundação e responsável pelo indicador, Anna Carolina Gouveia. Ela pontuou que, como não há sinais de arrefecimento da inflação, em cenários de curto e médio prazo, o mais provável é que o indicador continue a oscilar em patamar elevado, nos próximos meses.
Ao detalhar sobre a evolução do indicador, nos últimos tempos, a técnica notou que, anteriormente, entre 2020 e 2021, o principal “protagonista” do indicador de incerteza, ou seja, o principal fator a impulsionar o indicador, foi a pandemia.
No início deste ano, porém, a guerra entre Rússia e Ucrânia, bem como as dúvidas sobre como o conflito iria afetar a atividade econômica brasileira, foram preponderantes na trajetória do indicador, que mostrou altas em fevereiro (0,7 ponto) e março (4,2 pontos). Mas, em abril, o índice caiu 6,4 pontos. Isso porque possíveis efeitos mais drásticos na economia brasileira, causados pela guerra no Leste Europeu, não se concretizaram, comentou ela.
No entanto, em maio, foi visível o aumento da inflação, notou a pesquisadora.
“A inflação ganhou mais espaço e entrou com protagonismo no indicador de incerteza [de maio]” resumiu ela.
Outro aspecto mencionado por ela é que essa disparada da inflação ocorre em contexto que as famílias já operam com alto patamar de endividamento. Ou seja: com orçamento mais apertado, principalmente entre famílias mais pobres, a inflação em alta lança dúvidas no horizonte de consumo e, com isso, na trajetória da economia, notou ela.
Quando questionada sobre a trajetória futura do indicador, ela considerou ser difícil o índice se posicionar em patamar “confortável”, inferior a 110 pontos, “principalmente este ano”. A especialista comentou que, além da inflação, o segundo semestre será de acirramento das eleições, o que sempre confere maior cenário de turbulência, no campo político.
Fonte:G1.globo.com