As startups francanas “Universo Prematuro” e “Lá Tem”, aplicativos voltados para estimular o crescimento e desenvolvimento de recém-nascidos prematuros e facilitar a busca de produtos disponíveis na região, respectivamente, foram selecionadas no processo seletivo do 6º Ciclo de Incubação para empresas e projetos de base tecnológica da IMPERA (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Franca e Região), que atua com o apoio da Prefeitura de Franca, junto ao Instituto Cidade do Calçado. A Incubadora oferece, durante um ano, mentoria para estruturar o modelo de negócios e orientação em gestão empresarial, com todo suporte e infraestrutura física.
A seletiva da IMPERA aconteceu em abril e maio e teve seis etapas. Os dois projetos foram aprovados pela banca multissetorial formada pelo empresário Rafael de Melo Silveira, pelo advogado Marcus Vinícius Costa Pinto e pelo professor da Fatec e vice-coordenador do Polo Francano de TI da Acif (Associação do Comércio e Indústria de Franca) Fernando Martins, que avaliaram critérios como afinidade com o projeto, perfil empreendedor/inovador dos sócios, descrição clara e concisa do produto, definição dos usos e aplicações, grau de inovação e/ou ineditismo científico, potencial de demanda, entre outros.
“Oferecemos 20 vagas e tivemos poucos inscritos. No entanto, percebemos que a qualidade dos projetos vem crescendo. A maturidade das ideias apresentadas, ambas de origem acadêmica, reforça o propósito da Incubadora, que é ajudar os empreendedores a desenvolverem seus negócios e, consequentemente, fortalecer o nosso ecossistema de inovação oferecendo soluções diversas para a sociedade”, diz Jean Dunkl, gestor da IMPERA.
Pelo programa, a IMPERA disponibiliza espaço físico no formato de coworking; orientação na elaboração de planejamento estratégico e estruturação do modelo de negócios; estrutura de suporte administrativo compartilhado; orientação em gestão empresarial: gestão financeira e custos, marketing, planejamento, administração geral, produção, gestão de tecnologia etc.; orientação quanto ao registro de propriedade intelectual; suporte para a elaboração de projetos para captação de recursos junto às agências de fomento; consultoria e organização de ações para apresentação do projeto a investidores em geral.
Em contrapartida, os incubados têm algumas obrigações a cumprir, de acordo com a modalidade do programa, entre elas, estar presente no mínimo 10 horas semanais na IMPERA, participar de 80% dos eventos e oficinas de mentorias promovidas, além de divulgar e representar a Incubadora.
As startups
O app “Lá Tem” já chega com uma equipe multidisciplinar formada por oito estudantes do Senac Franca e tem como objetivo facilitar a busca de produtos disponíveis na região e determinar pontos de venda, disponibilizando até mesmo descontos para usuários.
“Estamos com a expectativa bem alta e bastante empolgados! O nosso próximo passo é dar início de fato ao processo e procurar mais sócios. Vamos oferecer 30% do nosso capital, e com esse dinheiro conseguir mais materiais como notebooks e pagar um novo servidor”, diz Matheus Borges Paulino, de 18 anos, idealizador da startup e aluno do curso de Tecnologia da Informação.
Também integram o time os estudantes: Pedro Gonçalves Moreira (idealizador/operação), Victor Hugo Lopes da Silva (tecnologia da informação), Michele Ferreira Xavier (marketing), Heloisa Neves Felício e Pedro Lucas Silva de Andrade (finanças), Gabriel Ferreira Carrijo e Kaiky Tentoni de Oliveira Martins (desenvolvimento).
A outra startup é o aplicativo “Universo Prematuro”, idealizado por Marisa Brunherotti, que é docente pesquisadora da Universidade de Franca do Programa de Mestrado e Doutorado em Promoção de Saúde. Com o objetivo de oferecer o melhor cuidado para crianças nascidas prematuras, o aplicativo teve a participação dos pós-graduandos do programa em Promoção de Saúde, alunos do curso de Design e bolsista Fapesp de tecnologia da informação da Universidade de Franca, com apoio de pesquisadores da Universidade de Lisboa.
Segundo Marisa, a prematuridade no Brasil apresenta em torno de 10% dos nascimentos com estimativa de mais de R$ 8 bilhões por ano de gasto para a saúde pública. “Essas crianças prematuras chegam a ficar um ou dois meses hospitalizadas, dependendo da idade gestacional e das condições gerais de saúde ao nascer”, afirma.
O app traz orientações sobre o tema prematuridade e o programa prevê ações de acompanhamento domiciliar, tudo com o foco no melhor desenvolvimento da criança prematura. As famílias e profissionais de saúde têm acesso a informações que dão subsídios para que a criança alcance a faixa de crescimento esperada para a idade.
“Esperamos, nesta nova etapa com a Incubadora, a melhor compreensão para o empreendedorismo, para que o projeto continue a se desenvolver e alcance o maior número de famílias e crianças nascidas prematuras”, diz Marisa.
Fernanda Martins/ Benu Comunicação
Fotos: divulgação