Os vereadores de Restinga (SP) Felipe Talvani (PSL) e Julimar Rodrigues (PL), ex-presidente da Câmara Municipal, tiveram os mandatos cassados por improbidade administrativa e quebra de decoro parlamentar após a compra de um botijão de gás para a Casa de Leis.
É que o produto foi comprado em janeiro de 2021 sem licitação em um estabelecimento comercial da mãe de Talvani, o que é proibido pelo regimento interno da casa, de acordo com os denunciantes.
Já Rodrigues, que era presidente da Câmara na época, também foi afastado pela compra do botijão e por outras denúncias feitas contra ele.
Os dois negam as acusações e vão recorrer à Justiça contra a cassação.
Cassados alegam perseguição política
Rodrigues diz que em abril do ano passado, quando ainda presidia a Câmara, apresentou um projeto de lei, que foi aprovado por unanimidade, proibindo a indicação de parentes para cargos comissionados, prática conhecida como nepotismo.
Após a aprovação, o vereador alega que foi sofreu perseguição política ao ser alvo de uma série de denúncias por supostas irregularidades administrativas na Casa de Leis.
“Quando eu peguei os possíveis nomes que se enquadravam na lei do nepotismo começou essa retaliação. Foram quatro processos de destituição e quatro processos de cassação, totalizando oito vezes. A cada vez que eu ganho na Justiça eles começam outro com as mesmas denúncias”, disse.
Em relação ao funcionário contratado na pandemia, Rodrigues disse que não criou cargo e que era um espaço vago no quadro de servidores. Ele também afirma que o servidor foi demitido.
“Por precaução mesmo, porque o decreto de lei eu entendo que há um duplo entendimento. Quando eu vi que poderia ter conta reprovada, solicitei baixar a portaria dele”.
Já Talvani recebeu quatro denúncias referentes à compra do gás, sendo que três foram arquivadas. Segundo o vereador, ele também buscará a anulação da quarta, que resultou em sua cassação, já que ela possui irregularidades.
“É a quarta vez que entra a mesma denúncia. As três primeiras foram arquivadas por irregularidades e essa continua cheia, o prazo de 90 dias que eles tinham expirou no dia 15 de março, porque quando abre uma comissão processante, a Câmara tem 90 dias para julgar. Passado esse prazo, a denúncia é extinta e tem que ser arquivada. Mas não foi, eles prosseguiram”, disse.
Por g1 Ribeirão Preto e Franca
Foto: Reprodução/EPTV