O secretário especial da Cultura do governo de Jair Bolsonaro (PL), Mario Frias, recebeu diagnóstico positivo para a Covid-19.
Segundo a secretaria da Cultura, ele está sem sintomas, em casa, e vai seguir o protocolo do chamado “tratamento precoce” defendido por Bolsonaro e sua base aliada durante a pandemia -ainda que não exista evidências científicas que comprovem os benefícios do uso desses remédios.
A pasta também confirmou que ele não está vacinado contra o vírus. Frias já se manifestou diversas vezes contra a exigência de um passaporte de vacina. Ele também havia dito durante sua participação em um programa da RedeTV, em novembro do ano passado, que não pretendia se imunizar.
O secretário da Cultura realizou reuniões com sua equipe nesta semana, segundo a agenda oficial.
Ele embarcaria nesta quarta-feira (19) para Los Angeles para participar de reuniões sobre audiovisual -a segunda missão internacional dele para tratar do assunto sem a presença de representantes do setor ou da Ancine (Agência Nacional do Cinema).
O secretário iria acompanhado do PM André Porciúncula, secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, de Gustavo Souza Torres, coordenador-geral de relações multilaterais do Ministério do Turismo e do secretário nacional do Audiovisual, Felipe Pedri.
A Secretaria de Cultura informou que a comitiva segue a viagem sem a presença de Frias.
O nome de Pedri não estava na lista da comitiva publicada no Diário Oficinal na quinta (13). À coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, ele disse na sexta (14) que iria, mas não deu detalhes nem explicou por que seu nome deixou de ser anunciado.
A confirmação apareceu no Diário Oficial de segunda (17). O despacho publicado era de sexta, quando a coluna da Folha de S.Paulo questionou a pasta e o secretário sobre sua ausência na missão.
Pedri já havia ficado de fora da última ida de Frias aos Estados Unidos, no mês passado. O secretário da Cultura embarcou na companhia de seu adjunto, Hélio Ferraz. A viagem, que durou cinco dias, custou ao menos R$ 78 mil aos cofres públicos.
A falta de representantes específicos do audiovisual na viagem causou incômodo no setor. Associações e produtores veem com ceticismo a missão e dizem que escritórios de multinacionais da área que lidam com a América do Sul ficam em Miami, e não em Los Angeles.
FOLHAPRESS