Bebidas vs. cigarros
Tributaristas estão apontando a importância de separar o joio do trigo na aplicação do chamado “imposto do pecado”, prevista na reforma tributária. É praticamente um consenso que os fabricantes de bebidas não devam pagar o mesmo tributo da indústria tabagista. Ou seja: AmBev e congêneres teriam de ser taxados com uma alíquota inferior à da BAT Brasil (ex-Souza Cruz, subsidiária da British American Tobacco Brasil). O argumento é que o valor do “imposto do pecado” deve ser proporcional aos malefícios causados por determinado produto. A linha de raciocínio é que a bebida alcóolica faz mal à saúde, mas menos que o cigarro. Outra hipótese é que a definição do impostos poderia levar em consideração as ações adotadas por cada companhia ou setor da indústria para mitigar os efeitos nocivos de seus produtos.
Vice de saias
Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo PT em sua campanha à prefeitura de São Paulo procura um vice que não seja radical ou setorizado em áreas específicas. Segundo aliados mais próximos, o próprio Boulos confessa que queria um vice no estilo de Geraldo Alckmin que trabalha pelo governo enquanto Lula viaja, é discreto, tem entrada em vários blocos, é respeitado pela indústria e é fidelíssimo, só para começo de conversa. E aí – surpresa – um dos nomes cotados é o de Ana Estela Haddad, mulher do ministro da Fazenda Fernando Haddad (ela vem resistindo).
CCC de volta
O Comando Caça Comunista, que ficou famoso na década de 60, depois de instaurada a ditadura militar no país, reapareceu – com novos integrantes, claro – em Minas Gerais, ameaçando grupo de parlamentares mulheres à esquerda do espectro ideológico de morte e estupro coletivo. Os textos endeusavam o coronel Brilhante Ustra e tinha o slogan “Deus, Pátria e Família”, muito usado por Jair Bolsonaro. E emendavam: “O homossexualismo é um pecado contra as leis naturais e divinas e o solo mineiro ficará livre de homossexuais queiram vocês ou não”. Elas foram se queixar ao ministro Flávio Dino (Justiça).
STF vs. TST
As sucessivas inflexões do STF sobre matérias da Justiça Trabalhistas tem sido objeto de discussões entre a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo e o Ministro Lelio Bentes, presidente do TST. A partir de setembro, o assunto vai cair no colo de Luís Roberto Barroso. Alguns juristas interpretam essa ‘invasão’ do STF em matérias da Justiça do Trabalho como uma consequência da Reforma Trabalhista do governo Temer, que trouxe a reboque questionamento à constitucionalidade de algumas novas normas da CLT. O argumento não encontra eco entre os magistrados do TST.