Moeda “gaúcho” já tem história
A ideia de criação de uma moeda nova para o Mercosul, discutida por Lula e Alberto Fernández nos últimos dias, em Buenos Aires, não é nova. A aspiração vem da década de 1980 quando, em julho de 1987, o então presidente José Sarney e seu colega argentino Raul Alfonsín anunciaram estudos sobre uma moeda comum entre os dois países. E veio de Alfonsín a vontade de batizá-la de “gaúcho” (“gáucho” na pronúncia argentina). Em 2003 Lula, em sua viagem de estreia no primeiro mandato à Argentina, também discutiu o assunto com o presidente Eduardo Duhale e vinte anos depois, retorna ao tema. FHC também apoiou a ideia da moeda única em 2002 e 1999, Armínio Fraga, ex-BC, via “com bons olhos” a nova moeda, defendida até por Paulo Guedes em 2018.
Velhos amigos
O novo comandante do Exército, general Tomás Paiva, era ajudante de ordens do presidente Itamar Franco quando FHC foi eleito. Tinha certeza de que o trabalho no Palácio do Planalto terminaria e pretendia se incorporar a uma unidade no Paraná, quando lhe deram a tarefa de cuidar da segurança da mulher do novo presidente, Ruth Cardoso. Começava ali, na primeira metade dos anos 1990, uma amizade que o liga desde então a Fernando Henrique Cardoso, a quem visita mensalmente desde os velhos tempos.
“Sujeito oculto”
Nesse super escândalo da Americanas, há um “sujeito oculto” chamado Miguel Gutierrez: ele ficou 30 anos na empresa, sendo que 20 deles como CEO. Discreto, diligente e austero, quase não aparecia publicamente. Agora, o mercado pergunta como não pode enxergar, por tanto tempo, um rombo de R$ 20 bilhões. Descobertas as “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões, a centenária varejista pediu recuperação judicial com dívida de R$ 43 bilhões. Gutierrez deixou o cargo em dezembro passado, para que Sérgio Rial assumisse o comando e descobrisse o rombo. Quando entrou em 1993, foi contratado para a área financeira pelo trio, Lemann, Sicupira e Telles.
É o Brasil!
O Brasil tem, desde 2016, uma estrutura voltada à realização de diagnósticos de programas, o Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas (Cmap). Já avaliou 60 políticas que custaram R$ 1 trilhão aos cofres públicos e emitiu 147 recomendações de mudança, mas grande parte foi parar nas gavetas dos ministérios e do Congresso. A desconexão entre a avaliação de políticas e implementação de mudanças é a ausência de obrigação legal para que o Orçamento leve em consideração as recomendações.