A dbm Contact Center está com 90 vagas abertas para pessoas com deficiência (PCD) em todo o Brasil. Os critérios para inscrição são boa comunicação e diploma de ensino médio completo. Os contratados poderão escolher entre trabalhar em home office ou nos escritórios da dbm em Curitiba. Além disso, todos os contratados passam por um treinamento para desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais.
A contratação de PCDs faz parte da política de recursos humanos da dbm Contact Center. As duas sedes da empresa possuem acesso na entrada, elevadores, banheiros adaptados, vaga de estacionamento para PCD, fácil acesso à área de alimentação e mobiliários adequados exclusivos para que esse público tenha conforto para execução das atividades.
Além de disponibilizar as vagas no site da empresa, a captação de colaboradores PCDs é feita com o auxílio da plataforma DeficienteOnline, que divulga vagas para esse público, e de parceria com o Sine, uma agência de empregos do governo que também disponibiliza ofertas de emprego em âmbito nacional.
Diversidade e inclusão
Eliana Tartaglione, gerente de recursos humanos da empresa, explica que a diversidade é uma das bandeiras da dbm. Por isso, o ambiente de trabalho na empresa é inclusivo e livre de preconceitos. “Queremos oferecer oportunidades de crescimento para todos os colaboradores, sem exceção, para que possam desenvolver seu potencial e construir uma carreira sólida na empresa”, aponta.
Patrícia Martins, consultora de DHO da dbm Contact Center, explica ainda que a preocupação da empresa vai além do cumprimento da Lei de Cotas. “Não desejamos promover uma inclusão rasa, com poucas perspectivas de crescimento pessoal e profissional para os PCDs, o que acaba gerando desmotivação e frustração. Algum tempo após a contratação, fazemos mais um acolhimento, para saber como está sendo a experiência na empresa e se podemos ajudar em mais alguma questão. Nossa preocupação é entender as necessidades desse público para melhorar, cada vez mais, as condições de trabalho”, ressalta Patrícia.
Neivo Campos de Castro possui deficiência auditiva e é porteiro há três anos e três meses na empresa. Para ele, a cultura e o clima organizacional é o que diferencia o ambiente de trabalho para os PCDs na dbm. “Todos aqui prezam pelo bom relacionamento interpessoal dos colaboradores, independente da hierarquia. Toda a equipe é bem alinhada e pretendo continuar na dbm por muito tempo”, depõe.
Crescimento
Patrícia Martins destaca que capacitar esse público é importante para tirar os PCDs da invisibilidade. “Quando falamos em uma gestão de RH inclusiva, significa que iremos oferecer oportunidades de crescimento para esse público para além de cargos de entrada. A deficiência, por exemplo, não impede a capacidade de liderar, que começa a ser trabalhada quando um colaborador ingressa na organização”, salienta Patrícia.
Analista de TI sênior, Sheron Xunadelo é uma das colaboradoras que se enquadra na categoria de PCDs e que encontrou na dbm uma porta aberta para crescer profissionalmente. Com problemas na visão, ela ingressou na empresa em 2017 como operadora. Dois anos depois foi promovida para monitora de qualidade e back office. Permaneceu nesse cargo por dois anos. Em 2020 , mais uma promoção: Sheron se tornou analista de suporte de TI. E, em 2022, surgiu a oportunidade para avançar mais um degrau e atuar como analista sênior.
Sheron conta que o fato de perceber que a dbm possui uma política de plano de carreira bem definida a estimulou a estudar para conseguir alcançar novas posições, inclusive, com melhores remunerações. “Quando vi que aqui poderia crescer, me interessei em fazer uma faculdade de gestão de tecnologia, além de outros cursos. A empresa possui processos internos que possibilitam que os funcionários manifestem seu interesse sobre a realocação para outros cargos. E essa possibilidade, de se desenvolver dentro da organização, é um diferencial da dbm. Eu pretendo me aprofundar cada vez mais na área da tecnologia para continuar aproveitando as oportunidades que surgirem”, relata Sheron.
Lei de Cotas
A Lei de Cotas (8231/91) completou 30 anos em 2022 e é considerada um avanço no que diz respeito à garantia dos direitos das pessoas com deficiência. Conforme a legislação, as empresas com mais de 100 funcionários devem reservar de 2% a 5% das vagas para PCDs.
A Relação Anual de Informações Sociais (Rais) informa que até 2019 (último ano com dados disponíveis) 371.913 pessoas com deficiência estavam formalmente empregadas no Brasil. Esse número corresponde a 53% das vagas destinadas para PCDs preenchidas.
Contudo, o cumprimento da Lei, por parte das empresas, muitas vezes esbarra em problemas de acessibilidade. A Catho realizou um levantamento com mais de 3,3 mil pessoas e apontou que 44% dos profissionais com deficiência não compareceram a uma entrevista de emprego por dificuldades de deslocamento. Os principais obstáculos citados pelos entrevistados são: calçadas inapropriadas, ou seja, com buracos e degraus (63%); falta de infraestrutura acessível, como rampas e faróis inteligentes (26%) e transporte ineficiente ou não adaptado (22%).
Patrícia Martins também destaca a dificuldade de recrutar esse tipo de público na dbm Contact Center. “É uma luta constante, por isso, o processo de contratação permanece aberto o ano todo para vagas para PCDs. Lidamos com dois extremos no mercado. Parte dos PCDs conseguiu receber da família uma boa educação e não se enquadra nos cargos que oferecemos, de teleatendimento, porque têm uma pretensão salarial maior. Outros candidatos estão numa situação oposta e não possuem a formação mínima necessária exigida para ocupar as vagas ”, finaliza.